Atualizado em 7 de janeiro de 2025.

Manter a saúde bucal em dia é essencial em todas as fases da vida, mas na terceira idade ela ganha um peso ainda maior. Nesta etapa, cuidar bem dos dentes, gengivas e da boca como um todo contribui não apenas para a estética e o conforto, mas também para a qualidade de vida e a saúde geral do organismo.

É importante destacar que perder os dentes não é uma consequência natural do envelhecimento, mas sim o resultado de problemas bucais não tratados ao longo da vida.

Por que a saúde bucal é tão importante na terceira idade?

Com o envelhecimento, ocorrem mudanças naturais no corpo, incluindo na cavidade bucal. A saliva, que tem a função de proteger os dentes e ajudar na mastigação, pode ser produzida em menor quantidade devido ao uso de medicamentos ou condições de saúde como o diabetes. Essa redução aumenta o risco de cáries e infecções.

Doenças como a periodontite, uma infecção grave que afeta as gengivas e pode levar à perda dentária, são mais comuns na terceira idade. Essas condições bucais não tratadas podem impactar diretamente a saúde geral, contribuindo para problemas cardíacos, dificuldades de alimentação e até mesmo infecções sistêmicas.

A falta de uma saúde bucal adequada também pode prejudicar a mastigação, dificultando o consumo de alimentos ricos em fibras e nutrientes essenciais. Isso pode levar à desnutrição ou a dietas menos saudáveis, comprometendo a saúde como um todo.

Além disso, um sorriso saudável tem grande influência na interação social. Pessoas com dentes saudáveis tendem a se sentir mais confiantes para sorrir e se comunicar, fortalecendo os laços sociais e reduzindo o isolamento, que é um problema comum na terceira idade.

Benefícios de manter uma boa saúde bucal

  1. Melhor mastigação e digestão: Dentes saudáveis são essenciais para triturar bem os alimentos, facilitando a digestão e garantindo uma melhor absorção de nutrientes.
  2. Prevenção de doenças: Evitar infecções bucais ajuda a reduzir o risco de complicações em outras partes do corpo, como o coração.
  3. Bem-estar e autoestima: Cuidar da saúde bucal tem um impacto direto na autoestima. Um sorriso bonito e bem cuidado ajuda a fortalecer a confiança, promovendo relações sociais mais saudáveis e melhorando a qualidade das interações diárias. Muitas vezes, pessoas com problemas dentários evitam sorrir ou participar de atividades sociais devido à insegurança, o que pode levar ao isolamento e até mesmo à depressão. Manter os dentes saudáveis garante uma vida social mais ativa e um senso de satisfação pessoal.
  4. Melhor qualidade de vida: Evitar dores, desconfortos e problemas de mastigação contribui para um dia a dia mais tranquilo e feliz, além de possibilitar uma alimentação variada e prazerosa.

Dicas para cuidar da saúde bucal na terceira idade

  • Escovação adequada: Utilize uma escova de cerdas macias e creme dental com flúor, escovando os dentes após cada refeição.
  • Uso do fio dental: Não deixe de usar o fio dental diariamente para remover restos de alimentos e placa bacteriana entre os dentes.
  • Hidratação: Beber água regularmente ajuda a combater a boca seca, um problema comum na terceira idade.
  • Visitas regulares ao dentista: Consultas periódicas permitem a identificação precoce de problemas e a realização de limpezas profissionais.
  • Cuidados com próteses: Caso utilize próteses dentárias, higienize-as corretamente e certifique-se de que estejam bem ajustadas.

Próteses e implantes dentários: soluções para um sorriso funcional e saudável

Próteses e implantes dentários são opções excelentes para substituir dentes perdidos, devolvendo a funcionalidade e a estética. Nos últimos anos os implantes viram um grande avanço técnico, o que facilitou muito a sua colocação em cenários mais desafiadores como o de perda óssea.

  • Próteses dentárias: Disponíveis em versões totais ou parciais, as próteses são estruturas removíveis que substituem os dentes ausentes. Elas são essenciais para garantir uma mastigação adequada, melhorar a fala e prevenir o afundamento das bochechas, que pode ocorrer com a perda de dentes
  • Implantes dentários: Representam uma solução fixa e duradoura para a reposição dentária. Os implantes são fixados diretamente no osso da mandíbula ou maxila, proporcionando estabilidade e funcionalidade semelhante à dos dentes naturais.Benefícios: Além de maior conforto e durabilidade, os implantes ajudam a preservar a estrutura óssea, evitando a reabsorção do osso que ocorre com a ausência de dentes.

    Manutenção: Realize a higiene bucal normalmente, escovando os implantes e utilizando fio dental ou dispositivos específicos indicados pelo profissional.

    A escolha entre próteses e implantes deve ser feita em conjunto com o dentista, que avaliará as condições bucais, a saúde geral e as preferências do paciente.

A saúde bucal como aliada da saúde integral

Na terceira idade, a saúde da boca está intimamente ligada à saúde geral. Uma boca bem cuidada permite uma alimentação mais variada, contribui para a comunicação e reduz riscos de doenças sistêmicas. Além disso, promove um envelhecimento mais confiante e pleno, com maior participação social e um senso de satisfação. Por isso, invista em hábitos saudáveis e conte sempre com o acompanhamento de profissionais da odontologia.

Lembre-se: nunca é tarde para cuidar do seu sorriso e garantir um envelhecimento com mais qualidade de vida! E como gostamos sempre de ressaltar, a saúde, seja ela mental ou física é uma construção.

Atualizado em 29 de agosto de 2024.

Apesar dos avanços nas políticas de controle do tabaco, o impacto do tabagismo continua a ser uma das maiores ameaças à saúde pública no Brasil, com efeitos devastadores e gradativos à medida que envelhecemos.

O impacto do tabagismo na mortalidade e saúde dos idosos

O tabagismo é responsável por mais de 8 milhões de mortes por ano em todo o mundo, sendo 7 milhões devido ao uso direto e cerca de 1,2 milhão por fumo passivo.

No Brasil, o tabagismo foi responsável por aproximadamente 161.853 mortes em 2020, representando cerca de 13% do total de óbitos no país​. Por incrível que pareça, não existe um estudo que demonstre o número de mortes especificamente na terceira idade.

Os números incluem todas as faixas etárias, a prevalência de doenças relacionadas ao tabaco é especialmente alta entre os idosos.

Para os idosos, o tabagismo aumenta drasticamente o risco de doenças crônicas como:

Doenças cardiovasculares: O tabagismo é um fator de risco para infarto e acidente vascular cerebral (AVC), principais causas de morte na terceira idade.

Doenças respiratórias: Condições como doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e enfisema são comuns em fumantes idosos, reduzindo significativamente a qualidade de vida.

Câncer: O risco de câncer, especialmente de pulmão, boca e esôfago, é significativamente maior entre fumantes.

Custos econômicos e sociais do tabagismo

Em 2022, as doenças relacionadas ao tabagismo geraram um custo total de R$ 153,5 bilhões para o Brasil, o que representa 1,55% do Produto Interno Bruto (PIB).

Esse montante inclui gastos diretos com assistência médica (R$ 67,2 bilhões), perda de produtividade devido a morte prematura e incapacidades (R$ 45 bilhões), e custos relacionados à perda de produtividade dos cuidadores informais (R$ 41,3 bilhões). Estes cuidadores, muitas vezes familiares, abandonam suas atividades para cuidar de parentes com doenças associadas ao tabaco​.

Esses custos dão uma boa ideia do impacto econômico do tabagismo, que ultrapassa em muito a arrecadação de impostos da indústria do tabaco, estimada em menos de R$ 9 bilhões em 2022.

Além dos custos financeiros, há um impacto social forte, com perdas em qualidade de vida e anos de vida saudável, tanto para o fumante como para a família, afetada negativamente a qualidade de vida de todos.

Por que parar de fumar na terceira idade?

Muitas pessoas acreditam que, após uma certa idade, parar de fumar não trará grandes benefícios. No entanto, essa é uma concepção equivocada.

Estudos mostram que a cessação do tabagismo, em qualquer idade, pode trazer ganhos significativos para a saúde. Para os idosos, os benefícios incluem:

  1. Melhoria na saúde respiratória: Parar de fumar pode reduzir o risco de desenvolver doenças pulmonares graves, como a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) e o câncer de pulmão, além de melhorar a capacidade respiratória.
  2. Redução do risco cardiovascular: O tabagismo é um dos principais fatores de risco para doenças cardiovasculares, como infartos e acidentes vasculares cerebrais (AVC). Abandonar o cigarro pode reduzir significativamente esses riscos, mesmo em idades avançadas.
  3. Fortalecimento do sistema imunológico: O cigarro compromete a resposta imunológica do corpo, tornando os idosos mais suscetíveis a infecções. Parar de fumar ajuda a fortalecer o sistema imunológico, contribuindo para uma saúde geral melhor.
  4. Melhor qualidade de vida: Além dos benefícios físicos, parar de fumar também melhora a disposição, o olfato, o paladar e o bem-estar psicológico, promovendo uma vida mais plena e ativa.

Desafios e estratégias para parar de fumar na terceira idade

Embora os benefícios sejam claros, parar de fumar pode ser desafiador, especialmente para quem fuma há décadas. No entanto, existem estratégias que podem facilitar esse processo:

Tratamentos médicos: O uso de terapias de reposição de nicotina e medicamentos prescritos pode ajudar a reduzir os sintomas de abstinência.

Apoio social: Grupos de apoio e programas específicos para idosos oferecem suporte emocional e estratégias práticas para abandonar o tabaco. Em São José do Rio Preto, UBSs selecionadas oferem tratamento, com apoio psicológico para as pessoas que querem parar de fumar. Veja no site da prefeitura, as unidades que oferecem o serviço.

Mudança de hábitos: A introdução de novos hobbies e atividades físicas pode ajudar a preencher o tempo e reduzir o desejo de fumar.

Apoio psicológico: Profissionais de saúde mental podem oferecer suporte emocional, estratégias de enfrentamento e motivação para abandonar o vício. Terapias individuais e em grupo podem proporcionar um ambiente seguro para discutir as dificuldades e encontrar soluções.

O papel da família e da comunidade

O apoio da família e da comunidade é essencial para o sucesso na cessação do tabagismo entre os idosos. Criar ambientes livres de fumo, oferecer suporte emocional e encorajar hábitos saudáveis são formas de contribuir para que os idosos deixem o cigarro.

Reforçamos a importância de ações de prevenção e apoio à cessação do tabagismo, especialmente entre os idosos. As escolhas feitas hoje podem prolongar e melhorar a qualidade de vida na terceira idade, mostrando que nunca é tarde para parar de fumar e investir na própria saúde.

Como gostamos de ressaltar, a saúde, tanto física como mental, é uma construção e nunca é tarde para mudarmos de hábitos. Parar de fumar traz benefícios quase imediatos.

Em 20 minutos, a frequência cardíaca diminui.

Após 12 horas, o nível de monóxido de carbono no sangue se normaliza.

De 2 a 12 semanas, há melhora na circulação e aumento na função pulmonar.

Entre 1 a 9 meses, ocorrem reduções na tosse e na falta de ar.

Em 5 a 15 anos, o risco de acidente vascular cerebral (AVC) se iguala ao de um não fumante.

Em 10 anos, a mortalidade por câncer de pulmão cai para cerca de metade da de um fumante.

Em 15 anos, o risco de doença cardíaca fica equivalente ao de um não fumante.

Nunca é tarde para parar de fumar. Decida-se agora!

Atualizado em 16 de julho de 2024.

A cultura desempenha um papel fundamental em todas as fases da vida, e isso não é diferente para os idosos. Com o envelhecimento da população mundial, é crucial entender como a cultura pode influenciar positivamente a vida das pessoas na terceira idade.

A participação em atividades culturais pode proporcionar inúmeros benefícios, desde a melhora da saúde mental até o fortalecimento de laços sociais. Neste post, vamos explorar a importância da cultura para os idosos e como ela pode contribuir para um envelhecimento saudável e ativo.

Benefícios da participação cultural

A participação cultural oferece uma ampla gama de benefícios para os idosos, promovendo a saúde mental, a socialização, o estímulo cognitivo, o bem-estar físico, a autoestima e a preservação da identidade.

Saúde mental e bem-estar emocional

A participação em atividades culturais, como assistir a filmes, ir ao teatro, visitar museus ou participar de grupos de leitura, tem um impacto significativo na saúde mental dos idosos.

Essas atividades estimulam o cérebro, ajudando a prevenir doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer. Além disso, elas promovem o bem-estar emocional, reduzindo sentimentos de depressão e ansiedade.

Socialização e combate à solidão

A solidão é um problema comum entre os idosos, especialmente aqueles que vivem sozinhos ou longe de suas famílias. Atividades culturais oferecem oportunidades para socialização, permitindo que os idosos façam novas amizades e fortaleçam seus laços sociais.

Participar de eventos culturais, como festivais e exposições, pode ser uma excelente maneira de se manter conectado com a comunidade.

Estímulo cognitivo

Envolver-se em atividades culturais estimula a mente e promove a aprendizagem contínua. Aprender um novo instrumento musical, estudar uma nova língua ou até mesmo participar de aulas de arte são maneiras eficazes de manter o cérebro ativo e saudável.

Essas atividades não só melhoram a memória e a função cognitiva, mas também proporcionam um senso de realização e propósito.

Preservação da identidade e da história

A cultura é uma parte essencial da identidade de uma pessoa. Para os idosos, engajar-se em atividades culturais pode ajudar a preservar e transmitir tradições, histórias e valores para as gerações mais jovens. Isso não só fortalece a sensação de pertencimento, mas também contribui para a valorização e o respeito pela diversidade cultural dentro da comunidade.

Exemplos de atividades culturais perfeitas para a terceira idade

Clubes de leitura: Participar de clubes de leitura pode ser uma maneira agradável de discutir livros e compartilhar opiniões com outras pessoas.

Aulas de arte: Pintura, escultura ou cerâmica são atividades que estimulam a criatividade e oferecem uma maneira de expressar emoções.

Concertos e espetáculos: Assistir a apresentações musicais ou teatrais é uma forma de entretenimento que também promove a interação social.

Voluntariado em museus: Trabalhar como voluntário em museus ou centros culturais pode proporcionar um senso de propósito e a oportunidade de aprender mais sobre a história e a arte.

Festivais culturais: Participar de festivais é uma excelente maneira de celebrar a diversidade cultural e conhecer novas tradições.

O teatro e a magia dos palcos se dissemina entre os idosos

Participar de atividades teatrais, seja como espectador ou como ator, estimula o cérebro de várias maneiras. Memorizar falas, interpretar personagens e entender enredos complexos são atividades que mantêm a mente ativa e engajada.

Essas experiências podem ajudar a melhorar a memória, a concentração e as habilidades de resolução de problemas. Entre em contato com o Teatro Municipal de sua cidade, ou procure grupos de teatros regionais. É muito comum terem aulas e grupos voltados especialmente para idosos.

O FIT – Festival Internacional de Teatro em São José do Rio Preto

O FIT completa, em 2024, 55 anos de história. Durante os 9 dias de duração o festival que em 2021 tornou-se internacional, apresenta um teatros, ruas e em outros espaços públicos 70 espetáculos.

Os espetáculos, que são quase em toda a sua maioria gratuitos, tem apresentações voltadas para os públicos de todas as idades. A programação completa pode ser conferida no site oficial do evento.

A cultura é um elemento vital para o bem-estar de nossa sociedade. Ela oferece uma variedade de benefícios que vão desde a melhoria da saúde mental até o fortalecimento dos laços sociais. Promover e facilitar o acesso às atividades culturais para os idosos deve ser uma prioridade nas políticas de saúde e bem-estar. Encorajar a participação cultural é investir em um envelhecimento mais saudável, feliz e significativo.

Atualizado em 1 de julho de 2024.

Quando pensamos na terceira idade, muitas vezes associamos essa fase da vida a limitações físicas e declínio da saúde. No entanto, uma área frequentemente negligenciada e envolta em tabus é a sexualidade e, por que não, o sexo entre pessoas idosas.

O sexo entre idosos pode ser uma experiência gratificante e satisfatória, embora possa envolver algumas mudanças e adaptações em comparação com as fases mais jovens da vida. É importante abordar este tema com sensibilidade e respeito e entender que o sexo e a sexualidade podem até ganhar uma nova forma nessa fase da vida.

Sendo assim, é hora de desmistificar esse assunto e deixar os preconceitos de lado e reconhecer que o desejo e a intimidade não têm prazo de validade e fazem parte da vida de todos nós.

O tabu do sexo entre idosos é um dos mais fortes em nossa sociedade.

A sociedade em que vivemos está acostumada a relacionar sexo com juventude, vigor e beleza. Muito disso vem das representações estereotipadas do cinema, televisão e da indústria pornô sobre a sexualidade, componente e característica inerente a todos os seres humanos, independente da idade.

É bom definirmos o que é a sexualidade. De acordo com o Psicólogo Ester Antunes: “É uma necessidade básica do ser humano que se manifesta através do desejo, contato, intimidade, expressão, amor e carinho, como também criação de laços de união mais intensos com outras pessoas, assim desenvolvendo uma comunicação que visa o prazer, o bem-estar e autoestima através de uma relação íntima.”

E por que qualquer um de nós, notadamente os idosos, deveriam se privar de tanta coisa boa? A boa notícia é que não estão se privando e as quatro paredes dos idosos é bem mais agitada do que se pensa.

Nós não nos tornamos assexuados com o avanço da idade.

Embora diferente, a sexualidade e o sexo são parte integrantes da vida dos idosos. A frequência pode diminuir, assim como o próprio conceito do que é sexo pode se expandir, se libertando do paradigma da penetração, como veremos mais para frente.

Os idosos possuem necessidades de prazer e bem-estar semelhantes às de crianças, adolescentes, jovens e adultos. Manter a sexualidade ativa durante o envelhecimento deve ser visto como um direito fundamental e crucial para a qualidade de vida.

De acordo com artigos publicados na The Lancet referente a estudos realizados na Inglaterra, temos os seguintes números:

Entre 60 e 69 anos – 86% dos homens e 60%, relatam serem sexualmente ativos.

Entre 70 a 79 anos – temos 59% dos homens e 34% das mulheres ativos.

Acima de 80 anos – 31% dos homens e 14% das mulheres.

Acima dos 90 anos – 10% das pessoas relatam serem ativos.

Em outro estudo, referente a frequencia, feito com pessoas entre 75 e 85 anos, 54% relataram fazer sexo 2 ou 3 vezes por mês e 23% disseram fazer sexo umas ou mais vezes por semana.

Em um terceiro estudo, feito com pessoas de 65 a 80 anos, dois terços disseram que eram interessados em sexo e mais de 50% afirmaram que o sexo era muito importante para sua qualidade de vida.

Então, como visto, os idosos estão longe de serem assexuados, mesmo que o sexo e a sexualidade assuma diferentes faces com o envelhecimento do corpo.

A expansão do conceito da sexualidade além do ato sexual.

Com a maturidade, ocorre algo único e profundo na percepção que temos sobre o sexo.

Se na juventude e na fase adulta temos a tendência de relacionarmos o ato sexual como a expressão máxima da sexualidade, com o avanço da idade, ganhamos a capacidade de expressar e perceber nossa sexualidade de uma maneira muito mais abrangente.

Deixamos se entender a penetração como o foco da sexualidade, dando espaço para uma grande variedade de sentimentos aflorar, como o carinho, a cumplicidade, a intimidade e o flerte. Claro que o sexo ainda é presente, mas é extrapolado da sua função meramente fisiológica, dando expaço para visão mais holística da sexualidade como um todo!

Cheiros, beijos, toques, abraços e até mesmo o tom de voz assumem uma esfera completamente nova, liberando todos nós para vivenciar a sexualidade e o contato sexual de uma maneira muito mais profunda.

As mudanças físicas que afetam a sexualidade dos idosos.

Devido a presença de comorbidades e mudanças fisiológicas que aparecem com o avanço da idade, podemos citar algumas que impactam na vida sexual a medida em que envelhecemos:

Menopausa e andropausa: As mudanças hormonais, como a menopausa nas mulheres e a andropausa nos homens, podem levar a uma diminuição na libido e alterações na função sexual.

Condições médicas: Doenças crônicas como diabetes, hipertensão, dores crônicas, artrite e doenças cardiovasculares podem afetar a capacidade sexual e o desejo.

Efeitos colaterais de medicamentos: Muitos medicamentos prescritos para tratar condições comuns em idosos podem ter efeitos colaterais que interferem na função sexual, como antidepressivos e medicamentos para pressão alta.

Disfunções sexuais: Problemas como disfunção erétil nos homens e secura vaginal nas mulheres são comuns com o envelhecimento.

O aspecto emocional do sexo na terceira idade.

O aspecto emocional da sexualidade na terceira idade é complexo e multifacetado, influenciado por uma variedade de fatores psicológicos, relacionais e sociais. A seguir, são destacados alguns dos principais aspectos emocionais que podem afetar a sexualidade dos idosos:

Autoestima e imagem corporal

Mudanças físicas: O envelhecimento traz mudanças físicas inevitáveis, como rugas, flacidez da pele e ganho ou perda de peso. Essas mudanças podem afetar a autoestima e a percepção da atratividade pessoal, impactando o desejo e a satisfação sexual.

Aceitação do corpo: Desenvolver uma aceitação positiva do corpo em envelhecimento pode melhorar a autoestima e promover uma atitude mais saudável em relação à sexualidade.

Intimidade e conexão emocional

Profundidade do relacionamento: Para muitos idosos, a sexualidade está fortemente ligada à intimidade emocional e à conexão com o parceiro. Sentimentos de amor, carinho e companheirismo são frequentemente mais valorizados do que o ato sexual em si.

Comunicação: Uma comunicação aberta e honesta sobre desejos, necessidades e limitações pode fortalecer a relação e melhorar a vida sexual.

Impacto de perdas e luto

Perda do parceiro: A perda de um parceiro pode ter um impacto profundo na vida emocional e sexual dos idosos. O luto e a solidão podem reduzir o interesse em buscar novas relações ou retomar a vida sexual.

Processo de luto: Cada pessoa lida com o luto de forma diferente, e é importante respeitar o tempo necessário para se ajustar e, eventualmente, reabrir-se para novas experiências emocionais e sexuais.

Saúde mental na terceira idade

Depressão e ansiedade: Problemas de saúde mental, como depressão e ansiedade, são comuns entre os idosos e podem diminuir o desejo sexual e a capacidade de desfrutar de intimidade.

Terapia e suporte: O acesso a terapia e suporte psicológico pode ajudar a lidar com esses desafios, melhorando a saúde mental e a qualidade de vida sexual.

O papel da comunidade médica no apoio à sexualidade na terceira idade.

Médicos, claramente, também são suscetíveis a preconceitos e crenças em tabus que podem acabar cerceando a sexualidade na terceira idade.

A preparação da comunidade médica para apoiar a sexualidade dos idosos ainda enfrenta desafios significativos, mas há progressos em várias áreas:

  1. Formação médica: A educação sobre sexualidade na terceira idade é limitada nos currículos médicos, embora programas de educação contínua estejam começando a abordar essa lacuna. É essencial que médicos recebam treinamento adequado para discutir abertamente questões sexuais com pacientes idosos.
  2. Conscientização e sensibilidade: Profissionais de saúde devem superar preconceitos e estigmas relacionados à sexualidade dos idosos. Uma comunicação aberta e sem julgamentos é crucial para oferecer um atendimento de qualidade.
  3. Abordagem multidisciplinar: Uma equipe de saúde que inclua médicos, enfermeiros, psicólogos e terapeutas pode oferecer um suporte mais completo, abordando aspectos físicos e emocionais da sexualidade.
  4. Recursos e referências: A disponibilização de materiais educativos e encaminhamentos para especialistas, como urologistas e terapeutas sexuais, pode melhorar o suporte oferecido aos idosos.
  5. Políticas de saúde: Políticas públicas que promovem a saúde sexual na terceira idade são necessárias para garantir acesso a serviços adequados e inclusivos.
  6. Pesquisa e desenvolvimento: Investir em pesquisas sobre sexualidade na terceira idade e no desenvolvimento de novos tratamentos pode informar melhores práticas e melhorar a qualidade de vida dos idosos.

Apesar dos avanços, é necessário um esforço contínuo para que a comunidade médica esteja totalmente preparada para apoiar a sexualidade dos idosos de forma abrangente e sensível. Mas isso muda rapidamente, afinal de contas os médicos jovens de hoje, levarão para a sua vida essa nova percepção do sexo e sexualidade a medida em que envelhecem.

Os benefícios de nutrirmos o sexo e a sexualidade na terceira idade.

A sexualidade na terceira idade oferece inúmeros benefícios para a saúde física, emocional e mental. Aqui estão alguns dos principais benefícios:

Saúde física

Melhora do sistema cardiovascular: A atividade sexual, mesmo que adaptada à idade, pode melhorar a saúde do coração e a circulação sanguínea.

Fortalecimento do sistema Imunológico: A prática sexual pode fortalecer o sistema imunológico, ajudando a combater doenças e infecções.

Alívio da dor: A liberação de endorfinas durante o sexo pode atuar como um analgésico natural, ajudando a reduzir dores e desconfortos físicos.

Saúde emocional

Redução do estresse e ansiedade: A intimidade e o prazer sexual podem reduzir os níveis de estresse e ansiedade, promovendo uma sensação de bem-estar e relaxamento.

Melhora da autoestima: Sentir-se desejado e amado pode aumentar a autoestima e a autoconfiança, contribuindo para uma visão mais positiva de si mesmo.

Saúde mental

Melhora do humor: A atividade sexual estimula a produção de hormônios como a dopamina e a serotonina, que são conhecidos por melhorar o humor e proporcionar uma sensação de felicidade.

Prevenção de depressão: A intimidade e a conexão emocional com um parceiro podem ajudar a prevenir ou aliviar sintomas de depressão.

Conexão social e relacional

Fortalecimento dos laços: A sexualidade pode fortalecer os laços entre parceiros, promovendo maior intimidade, compreensão e apoio mútuo.

Sentimento de companheirismo: A presença de uma vida sexual ativa pode fortalecer o sentimento de companheirismo e reduzir a sensação de solidão.

Manutenção da função cognitiva

A atividade sexual pode estimular a função cerebral, ajudando a manter a mente ativa e contribuindo para a saúde cognitiva.

A sexualidade na terceira idade é uma parte vital da saúde e bem-estar, e reconhecer sua importância é fundamental.

À medida que envelhecemos, a intimidade e a conexão emocional continuam a desempenhar um papel crucial na nossa qualidade de vida. Superar estigmas e preconceitos em relação à sexualidade dos idosos é essencial para promover uma visão mais inclusiva e compreensiva.

Ao valorizar a comunicação aberta, a aceitação das mudanças naturais do corpo e o apoio emocional, podemos ajudar a criar um ambiente onde nos sintamos confortáveis para expressar e explorar a sexualidade em qualquer idade.

Recursos educativos e um maior entendimento sobre as necessidades específicas dessa fase da vida são fundamentais para garantir que todos tenhamos a oportunidade de viver uma vida sexual saudável e gratificante.

A sexualidade não tem data de validade, e é nosso dever como sociedade apoiar e celebrar essa parte essencial da experiência humana em todas as fases da vida.

Atualizado em 14 de junho de 2024.

Todo ano, no dia 14 de junho, o mundo se une para celebrar o Dia Mundial do Doador de Sangue. Esta data, estabelecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2004, tem como objetivo agradecer aos doadores voluntários pelo seu ato de generosidade e conscientizar a população sobre a importância da doação de sangue para salvar vidas.

A escolha da data não é aleatória; ela homenageia o nascimento de Karl Landsteiner, o imunologista austríaco que descobriu os grupos sanguíneos, uma descoberta que revolucionou a medicina e salvou incontáveis vidas desde então.

A Importância da doação de sangue

A doação de sangue é um gesto simples, mas com um impacto imensurável. Uma única doação pode salvar até três vidas, sendo essencial em situações de emergência, cirurgias complexas, tratamentos de câncer, entre outras necessidades médicas. Infelizmente, a demanda por sangue muitas vezes supera a oferta, tornando-se crucial o aumento no número de doadores voluntários.

Saiba se idosos podem doar sangue.

Uma pergunta comum que surge é se os idosos podem doar sangue. A resposta é sim, mas com algumas ressalvas. No Brasil, a legislação permite que pessoas entre 16 e 69 anos sejam doadoras, desde que cumpram alguns critérios específicos de saúde.

Idade e primeira doação: Pessoas com mais de 60 anos só podem doar se já tiverem doado sangue anteriormente. Isso é para garantir que os doadores mais velhos estejam familiarizados com o processo e não apresentem riscos adicionais.

Saúde geral: A avaliação da saúde é crucial para todos os doadores, mas especialmente para os idosos. É necessário que estejam em boas condições de saúde, sem doenças crônicas não controladas ou infecções ativas.

Avaliação médica: Antes da doação, todos os candidatos passam por uma triagem que inclui uma entrevista médica e exames básicos, como medição de pressão arterial, níveis de hemoglobina e outras condições que possam afetar a segurança do doador e do receptor.

Peso e frequência: Idosos também devem atender aos requisitos de peso mínimo (geralmente 50 kg) e observar o intervalo entre as doações (no mínimo, três meses para homens e quatro meses para mulheres).

Dicas para idosos que querem doar

Se você é um idoso e está considerando doar sangue, aqui estão algumas dicas para garantir uma experiência segura e positiva:

Consulte seu médico: Sempre consulte seu médico antes de decidir doar sangue, especialmente se tiver condições médicas preexistentes.

Hidrate-se e alimente-se bem: Beba bastante água e faça uma refeição leve antes da doação. Evite alimentos gordurosos nas horas que antecedem a doação.

Descanse: Certifique-se de que está bem descansado antes de doar sangue para evitar tonturas e fraquezas.

Informe-se: Visite um hemocentro de confiança e converse com os profissionais de saúde sobre qualquer dúvida ou preocupação.

O Dia Mundial do Doador de Sangue é uma oportunidade para refletirmos sobre a importância da doação de sangue e para agradecer àqueles que dedicam um pouco de seu tempo para salvar vidas. Independentemente da idade, se você está em boas condições de saúde, considere se tornar um doador. Seu gesto pode fazer toda a diferença na vida de alguém.

Lembre-se: doar sangue é um ato de amor ao próximo. Vamos juntos aumentar a conscientização e incentivar mais pessoas a participarem dessa corrente do bem. Juntos, podemos salvar vidas!

Atualizado em 26 de abril de 2024.

A hipertensão arterial é um dos maiores problemas de saúde em todo o planeta. Popularmente conhecida como pressão alta, afeta praticamente 1 em cada 3 adultos e de acordo com a OMS mais de 1,3 bilhões de pessoas sofrem com a condição.

Em relatório publicado em setembro de 2023, a OMS constatou um aumento de quase 100% na incidência da hipertensão entre 1990, quando 650 milhões de pessoas padeciam, até 2019, quando o impressionante número de 1,3 bilhão foi registrado.

O que é pressão alta?

A pressão pode ser considerada a velocidade com a qual nosso sangue percorre nossas artérias. Se essa pressão arterial é igual ou maior que 140/90 mmHG é caracterizado um quadro de hipertensão. Vale lembrar que pessoas que tomam remédios para controlar a pressão são consideradas hipertensas.

A hipertensão é uma doença silenciosa

A hipertensão arterial é frequentemente chamada de “assassina silenciosa” e isso é especialmente verdadeiro para os idosos. Na maioria dos casos, a hipertensão não apresenta sintomas perceptíveis até atingir estágios avançados ou causar complicações graves. Muitas vezes ela só é diagnosticada quando já está em um estágio avançado e já trouxe danos ao organismo.

A hipertensão entre os idosos

A hipertensão arterial representa um desafio significativo para a população idosa, afetando não apenas a saúde física, mas também o bem-estar emocional e a qualidade de vida.

A hipertensão é considerada o principal fator de risco para as doenças cardiovasculares, que é a principal causa de mortalidade em todas as faixas etárias. Entre os idosos o problema é ainda mais sério.

É mais comum e esperado que a pressão arterial aumente gradativamente com o avanço da idade. Algumas das razões pelas quais os idosos tendem a ter pressão arterial mais alta incluem:

Rigidez arterial

Com o envelhecimento, as artérias tendem a perder elasticidade e se tornam mais rígidas. Isso pode resultar em uma maior resistência ao fluxo sanguíneo, o que, por sua vez, pode levar a uma pressão arterial mais elevada.

Acúmulo de placas nas artérias

Com o tempo, o acúmulo de placas de gordura e outros depósitos nas paredes das artérias (aterosclerose) pode estreitar os vasos sanguíneos, aumentando a pressão arterial.

A relação com a capacidade renal

À medida que envelhecemos, a função dos rins tende a diminuir. Isso pode levar a uma menor capacidade dos rins de regular os níveis de fluidos e sais no corpo, o que pode contribuir para a hipertensão. A relação é considerada cíclica, já que a pressão alta, por sua vez, deteriora a capacidade de filtragem dos rins.

Alterações hormonais

Mudanças nos níveis hormonais que ocorrem com o envelhecimento podem afetar o sistema cardiovascular e contribuir para o aumento da pressão arterial.

Propensão genética

A pressão arterial tem uma influência significativa da carga genética. Estudos demonstraram que a hipertensão arterial tende a ocorrer em famílias, sugerindo uma predisposição genética para essa condição. Mas é importante reconhecer que a carga genética não é determinante.

Existem uma série de outros fatores, relacionados com o estilo de vida, que impactam fortemente na hipertensão. São os famosos fatores modificáveis que veremos mais para frente no post.

Os impactos da hipertensão nos idosos

A hipertensão arterial exerce um impacto significativo na população idosa, tanto em termos de saúde como de qualidade de vida. Aqui estão alguns dos principais impactos:

Complicações de saúde

A hipertensão arterial é um fator de risco importante para uma série de condições de saúde graves, incluindo doenças cardíacas, acidente vascular cerebral (AVC), insuficiência renal, problemas de visão, demência vascular e outros distúrbios vasculares. Essas complicações podem resultar em hospitalizações frequentes, incapacidade funcional e até mesmo morte.

Maior risco de eventos cardiovasculares

Os idosos hipertensos têm um risco aumentado de eventos cardiovasculares, como ataques cardíacos e AVCs. A pressão alta pode danificar os vasos sanguíneos ao longo do tempo, aumentando a probabilidade de obstruções arteriais e formação de coágulos sanguíneos, que são as principais causas desses eventos.

Impacto na qualidade de vida do idoso

A hipertensão arterial não tratada pode afetar significativamente a qualidade de vida dos idosos, causando sintomas como dores de cabeça, tonturas, fadiga e falta de ar. Além disso, as complicações associadas à pressão alta podem limitar a capacidade dos idosos de realizar atividades diárias e desfrutar de uma vida ativa e independente.

Aumento dos custos de saúde

O tratamento e a gestão da hipertensão arterial e suas complicações representam uma carga significativa para os sistemas de saúde. Os custos associados a consultas médicas, exames de diagnóstico, medicamentos e hospitalizações podem ser substanciais, especialmente para a população idosa, que muitas vezes requer cuidados de saúde mais intensivos.

Impacto emocional e social

A hipertensão arterial pode causar estresse emocional e ansiedade nos idosos, especialmente quando enfrentam complicações de saúde ou mudanças no estilo de vida necessárias para controlar a pressão arterial. Além disso, as restrições impostas pela condição podem limitar a participação em atividades sociais e recreativas, levando a sentimentos de isolamento e depressão.

Os fatores de risco modificáveis da hipertensão arterial entre os idosos

Vários fatores de risco para hipertensão arterial são modificáveis, o que significa que podem ser controlados ou gerenciados com mudanças no estilo de vida. Aqui estão alguns dos principais fatores modificáveis:

O impacto da dieta

Uma dieta rica em sódio (sal) pode aumentar a pressão arterial. Os idosos devem reduzir a ingestão de alimentos processados e salgados, e optar por alimentos frescos e naturais, com baixo teor de sal. Além disso, uma dieta rica em frutas, vegetais e grãos integrais pode ajudar a controlar a pressão arterial.

Atividade física

A falta de atividade física regular está associada a um maior risco de hipertensão arterial. Os idosos devem buscar praticar exercícios físicos moderados, como caminhadas, natação, ciclismo ou ioga, pelo menos 30 minutos por dia na maioria dos dias da semana.

Peso corporal

O excesso de peso e a obesidade são fatores de risco importantes para a hipertensão arterial. Perder peso pode ajudar a reduzir a pressão arterial em muitos casos. Os idosos devem procurar manter um peso corporal saudável por meio de uma combinação de dieta saudável e exercícios físicos regulares.

Consumo de álcool

O consumo excessivo de álcool pode aumentar a pressão arterial. Os idosos devem limitar a ingestão de álcool de acordo com as recomendações médicas, que geralmente sugerem não mais do que uma bebida alcoólica por dia para as mulheres e até duas para os homens.

Tabagismo

O tabagismo está associado a um maior risco de hipertensão arterial e complicações cardiovasculares. Parar de fumar pode ajudar a reduzir a pressão arterial e melhorar a saúde geral do coração e dos vasos sanguíneos.

Gerenciamento do estresse

O estresse crônico pode contribuir para o aumento da pressão arterial. Os idosos devem procurar maneiras saudáveis de gerenciar o estresse, como meditação, técnicas de relaxamento, hobbies relaxantes ou atividades sociais gratificantes.

Convivendo com a pressão alta na terceira idade

A hipertensão arterial não tem cura, mas pode ser controlada em qualquer idade. Como visto acima, gerenciar os fatores de risco modificáveis são fundamentais para o controle, mas existem outros pontos muito importantes

Consultas médicas regulares

Os idosos devem realizar consultas médicas regulares para monitorar sua pressão arterial e ajustar o tratamento conforme necessário. Essas consultas também oferecem a oportunidade de discutir quaisquer preocupações ou sintomas com o médico.

Adesão ao tratamento

É importante que os idosos sigam cuidadosamente as orientações médicas em relação aos medicamentos prescritos para controlar a pressão arterial. Isso inclui tomar os medicamentos conforme indicado e não interromper o tratamento sem consultar o médico.

Embora seja comum que os idosos apresentem pressão arterial mais alta, isso não significa que a hipertensão arterial seja uma parte inevitável do envelhecimento.

É essencial que os idosos monitorem regularmente sua pressão arterial, adotem um estilo de vida saudável e sigam as orientações médicas para prevenir e controlar a hipertensão, reduzindo assim o risco de complicações cardiovasculares graves.

Atualizado em 18 de abril de 2024.

Enquanto muitos associam o abuso de álcool com os mais jovens, a verdade é que os idosos também enfrentam desafios, muitas vezes ainda mais problemáticos, relacionados ao consumo excessivo de álcool.

De acordo com dados levantados pela UNIFESP, cerca de 2 milhões de brasileiros com mais de 60 anos, fazem consumo abusivo de bebidas alcoólicas. Praticamente 1 em cada 10 idosos e esse número está aumentando.

As causas do aumento de consumo de bebida alcoólica entre os idosos

O fato levanta questões importantes sobre as causas e as consequências para a saúde e o bem-estar dos idosos. Vamos explorar esses aspectos em detalhes.

Fatores sociais e culturais

Se nas últimas décadas as leis de combate e a conscientização sobre o uso não responsável vêm aumentando, os idosos nasceram em uma época em que o alto consumo de álcool era muito mais aceito.

Solidão e isolamento

Muitos idosos enfrentam solidão e isolamento social devido a fatores como a perda de entes queridos, aposentadoria, diminuição da mobilidade e redução das interações sociais.

O álcool pode ser visto como uma forma de lidar com esses sentimentos de solidão, oferecendo uma sensação temporária de conforto ou escapismo.

Estresse e pressões da vida cotidiana

A vida na terceira idade pode trazer seus próprios desafios, como problemas de saúde, preocupações financeiras e ajustes emocionais e de cotidiano intensos.

O álcool, para alguns idosos, pode parecer uma maneira de aliviar o estresse e as pressões do dia a dia.

Problemas de saúde mental

Condições como depressão, ansiedade e transtornos do humor são relativamente comuns entre os idosos e podem contribuir para o alcoolismo. O álcool pode ser usado como uma forma de automedicação para aliviar sintomas emocionais, apesar dos riscos à saúde que isso acarreta.

Mudanças fisiológicas

À medida que envelhecemos, nosso corpo passa por mudanças fisiológicas que podem afetar a maneira como metabolizamos o álcool.

Isso significa que os idosos podem experimentar efeitos mais intensos do álcool com quantidades menores, o que pode contribuir para o desenvolvimento de problemas relacionados ao álcool.

Os riscos para a saúde dos idosos que fazem uso excessivo de álcool

O consumo de álcool se destaca como o sétimo maior fator de risco para pessoas de 50 a 69 anos, e como o décimo fator para aqueles com mais de 70 anos.

Risco de quedas e lesões

À medida que envelhecemos, a capacidade de manter o equilíbrio e a coordenação motora pode diminuir. O consumo de álcool pode agravar esses problemas e aumentar significativamente o risco de quedas e lesões, como fraturas ósseas e contusões.

Saúde mental e Alzheimer

Pode aumentar os sintomas de depressão, ansiedade e outros transtornos mentais, além de interferir na capacidade de lidar com o estresse e as adversidades da vida cotidiana.

O álcool colabora para a morte prematura das células cerebrais, na redução do fluxo sanguíneo e consequente diminuição da atividade cerebral.

Uma pesquisa publicada na renomada revista inglesa The Lancet incluiu o consumo excessivo de álcool na lista de fatores de risco para o desenvolvimento de condições como Alzheimer e outras doenças degenerativas cognitivas.

Danos ao fígado e outros órgãos

O consumo excessivo de álcool ao longo do tempo pode levar a danos graves ao fígado, como cirrose hepática e esteatose hepática. Além disso, o álcool também pode afetar outros órgãos, como o coração, rins e sistema digestivo, contribuindo para o desenvolvimento de doenças crônicas.

Interações medicamentosas

Muitos idosos tomam medicamentos prescritos para gerenciar condições de saúde crônicas. O consumo de álcool pode interferir na eficácia desses medicamentos e causar interações perigosas, aumentando o risco de efeitos colaterais prejudiciais.

Riscos de acidentes de trânsito

Mesmo que muitos idosos não dirijam regularmente, o consumo de álcool pode aumentar o risco de acidentes de trânsito se eles decidirem dirigir sob a influência. Além disso, o álcool pode aumentar o risco de quedas e acidentes domésticos, especialmente em idosos com mobilidade reduzida.

Como combater o uso irresponsável e o alcoolismo na terceira idade

Se o uso é apenas exagerado, muitas vezes apenas uma conversa franca e apoio emocional dos familiares e médicos próximos, podem ajudar muito.

Mas se o caso já se caracteriza como alcoolismo, uma intervenção multidisciplinar é necessária. Veja pontos que podem ser seguidos:

  1. Reconhecimento do problema: O primeiro passo é reconhecer que há um problema com o consumo de álcool. Isso pode exigir uma avaliação honesta da quantidade e frequência de consumo, bem como dos impactos negativos que o álcool está causando na vida do idoso.
  2. Conversa aberta: Ter uma conversa aberta e empática com o idoso sobre suas preocupações em relação ao consumo de álcool é fundamental. Expressar preocupação, oferecer apoio e incentivar a busca por ajuda são maneiras importantes de iniciar o processo de recuperação.
  3. Consultar um profissional de saúde: O próximo passo é consultar um profissional de saúde, como um médico de família ou um psiquiatra, que possa avaliar a saúde física e mental do idoso, além de oferecer orientações e encaminhamentos adequados para tratamento.
  4. Buscar tratamento especializado: Existem programas de tratamento especializados para o alcoolismo que podem ser especialmente adaptados para idosos. Isso pode incluir terapias individuais, grupos de apoio, programas de reabilitação em clínicas especializadas, entre outros recursos.
  5. Participação em grupos de apoio: Grupos de apoio, como Alcoólicos Anônimos (AA), podem ser uma fonte valiosa de suporte emocional e orientação prática para quem luta contra o alcoolismo. Esses grupos oferecem um ambiente seguro para compartilhar experiências e receber incentivo mútuo.
  6. Envolver a família e os cuidadores: A família e os cuidadores desempenham um papel crucial no processo de recuperação do alcoolismo entre os idosos. Eles podem oferecer apoio emocional, incentivar a adesão ao tratamento e ajudar na criação de um ambiente saudável e livre de álcool.
  7. Adotar um estilo de vida saudável: Além do tratamento específico para o alcoolismo, é importante adotar um estilo de vida saudável, incluindo uma dieta equilibrada, atividade física regular, sono adequado e manejo do estresse, pois esses fatores podem influenciar positivamente o processo de recuperação.
  8. Monitoramento e acompanhamento contínuo: O processo de recuperação do alcoolismo é contínuo e requer monitoramento e acompanhamento regular. É importante permanecer engajado no tratamento, participar de consultas de acompanhamento e ajustar as estratégias conforme necessário para garantir o sucesso a longo prazo.

É possível fazer um uso responsável do álcool na terceira idade?

Embora o consumo moderado de álcool possa não ser prejudicial para algumas pessoas idosas em situações específicas, não se pode afirmar que o uso do álcool é positivo na terceira idade.

Os riscos associados ao álcool superam os potenciais benefícios, e é importante que os idosos considerem cuidadosamente os impactos à saúde antes de decidir sobre o consumo de álcool. Sugerimos um consumo moderado e exclusivo para ocasiões específicas, como datas comemorativas.

Portanto, ao considerar o consumo de álcool, é fundamental lembrar que nossas escolhas afetam não apenas nosso bem-estar presente, mas também nossa qualidade de vida futura. Como sempre dizemos, nossa saúde física e mental é uma construção que começa muito antes da terceira idade.

Atualizado em 14 de março de 2024.

Pode parecer clichê, mas como gostamos muito de ressaltar, nunca é tarde para fazermos mudanças positivas em nossas vidas. Cuidar da saúde não tem prazo de validade e não deve ser vista como benéfica apenas aos mais jovens, os idosos se beneficiam muito e mudanças de hábito podem causar uma verdadeira revolução na qualidade de vida dos mais idosos.

O protagonismo do idoso e a importância da conversa

Sempre ressaltamos a importância de reconhecermos o protagonismo do idoso. Quando falamos em tomada de decisões que alteram a rotina do idoso, a participação e a conversa são essenciais para que a importância das mudanças sejam internalizadas.

Afinal de contas, ninguém gosta de ser obrigado a fazer algo, principalmente na terceira idade, quando já passamos toda uma vida com muitas obrigações e responsabilidades. A fase é comumente percebida como um momento mais relaxado, então mudanças, principalmente as que visam a saúde, devem ser muito bem conversadas e explicadas.

Quando as mudanças de rotina devem ser implementadas?

A resposta curta é: o mais rápido possível. Quanto antes investirmos em hábitos mais saudáveis, mais rápido colheremos os frutos. Mas a realidade é diferente e no caso dos idosos, existe um melhor momento para começar.

Ano novo, vida nova?

O início de um ano é um momento especial para mudanças, além das famosas resoluções de ano novo, a época traz uma peculiaridade: já é um momento mais agitado por natureza e por isso, ótimo para o idoso não retornar aos hábitos danosos à saúde.

Com as festas de final de ano, visita de filhos e netos, casa cheia e viagem, o momento é “de ouro” para, ao terminar as festas, começar uma dieta saudável ou incorporar uma rotina de exercícios para o corpo e a mente.

Outro bom momento são as férias de meio de ano, pela mesma razão de ser uma época mais agitada em que o idoso já encontra-se fora da rotina a qual está acostumado.

Datas especiais são bons momentos!

Somos seres ritualísticos e damos importância a ritos de passagem e simbologias. Por isso, períodos como aniversários, dia do casamento ou de grandes mudanças na vida podem ser bons momentos para iniciar grandes mudanças.

Momentos difíceis podem impulsionar mudanças

Fases difíceis podem ser bons catalisadores para mudanças positivas. Apesar de muitas vezes traumáticos, são momentos de reflexão, que podem alterar a visão e a percepção que temos sobre a nossa situação.

Isso é especialmente verdade em internações e idas ao médico decorrentes de maus hábitos. Por exemplo, uma internação de uma crise de enfisema pulmonar, pode ser o momento ideal para parar de fumar. Aquele resultado ruim dos exames de controle de diabetes, pode ser a “gota d’água” que faltava para uma alimentação mais saudável.

Com qual rapidez as mudanças devem ser implementadas?

Essa é uma pergunta de resposta muito pessoal, algumas pessoas respondem melhor a mudanças radicais, outras a alterações mais lentas e transitórias.

Fundamental é definir metas alcançáveis e realistas. Uma rotina ideal de exercícios para um idosos não será alcançada do dia para a noite, ela é resultado de uma adaptação física que deve ser feita com calma.

Mudanças alimentares devem ser feitas no dia a dia e incorporadas à rotina. Isso não quer dizer que no final de semana, com permissão médica, aquele sorvete de chocolate não poderá ser aproveitado. A palavra chave é equilíbrio, dentro dos limites de cada um.

Já quando lidamos com vícios como o álcool e o cigarro, o consenso médico é de que não se para de fumar, fumando, ou de beber, bebendo. Lidar com vícios é uma questão delicada que exige, muitas vezes, a ação de diversos profissionais de saúde.

Mudar é preciso! A constante humana

Não existe um momento universalmente “certo” para iniciar uma grande mudança, mas sim sinais e oportunidades que surgem ao longo da vida. A chave está em reconhecer esses momentos, confiar em nossa intuição e aproveitar a força interna para embarcar na jornada de transformação.

Lembre-se, cada dia é uma nova chance de recomeçar e criar o futuro que você deseja e merece.

 

Atualizado em 20 de fevereiro de 2024.

Multifacetada e muitas vezes de difícil diagnóstico e tratamento, a dor crônica é extremamente desafiadora para as pessoas que sofrem com essa condição. O desafio é também compartilhado com os profissionais da saúde, que além de tratar a dor física, devem estar muito atentos aos aspectos psicológicos associados a meses, anos e até mesmo de uma vida de convívio com a dor.O que é a dor crônica? Diferente da dor aguda, que tem causas bem definidas para ocorrer, como um osso quebrado, um órgão inflamado ou um dente com cárie, a dor crônica apresenta-se muito mais complexa. É estimado que cerca de 30% da população mundial é afetada pela condição.

Em uma explicação direta e simples, a dor crônica é uma dor persistente ou recorrente com duração superior a 3 meses.

Foco de intenso estudo, a dor crônica passou por uma vasta revisão por parte da Organização Mundial de Saúde em 2022. A revisão aconteceu para melhor refletir a realidade dos pacientes e mesmo assim, algumas condições como a fibromialgia, desafiam a classificação atual.

Abaixo a classificação da dor crônica de acordo com a revisão de 2022 da Classificação Institucional de Doenças (CID-11). A grande inovação é a possibilidade da dor ter múltiplos parentescos, sendo classificada em mais de um tipo ao mesmo tempo.

Dor primária crônica

Dor em 1 ou mais regiões do corpo que é recorrente ou persistente por mais de 3 meses. A dor causa sofrimento emocional significativo e interfere nas atividades cotidianas e na vida social. É uma classificação nova que abrange condições onde não pode ser definido um motivo causal como justificativa.

Nesta classificação estão a fibromialgia, dor nas costas não identificadas como musculoesqueléticas ou neuropáticas, síndrome do intestino irritável e dor generalizada crônica.

Dor crônica do câncer

Outra nova classificação na CID-11 é a dor oncológica, que inclui a dor causada pelo tumor e metástases e, também, a dor proveniente do tratamento, como quimioterapia e radioterapia.

Dor neuropática crônica

É a dor proveniente de uma lesão ou doença do sistema nervoso causadas, como por exemplo um AVC, um traumatismo nervoso ou neuropatia diabética. Compressões da medula espinhal estão nesta categoria.

Dor pós-cirúrgica e pós-traumática crônica

É a dor que persiste mesmo após o tempo de cicatrização normal após uma cirurgia. É uma definição que ocorre por exclusão, tendo-se em mente que outras fontes de dor foram excluídas. É uma dor crônica causada pelo processo cirúrgico.

Dor de cabeça crônica e dor orofacial

São as terríveis dores de cabeça, face, pescoço, boca ou mandíbula. São divididas em 2 grupos. Idiopáticas, quando são a doença em si e sintomáticas, quando são reflexo de outra condição.

Dor visceral crônica

Dor originada nos órgãos internos da cabeça, cavidade torácica, abdominal ou pélvica.

Dor musculoesquelética crônica

Aqui ficam as dores causadas por doenças nos ossos, articulações, músculos, tendões, ligamentos, bursas ou uma combinação destes.

Não é o nosso intuito entrar em detalhes sobre os diversos tipos de dores crônicas. A ideia até aqui é mostrar que a dor é algo que está em estudo pela comunidade científica, que tenta desvendar seus mistérios.

Nosso intuito é mais humano e menos técnico.

Os desafios da Fibromialgia

De acordo com a Sociedade Brasileira de Estudos para a Dor (SBED), em estudo realizado em 2022, cerca de 3% da população brasileira sofre com a condição, muitas vezes incapacitante, que causa dor generalizada pelo corpo.

Considerada uma doença invisível, a Fibromialgia apresenta-se desafiadora e multifacetada. Começando pelo diagnóstico unicamente clínico, passando por estigmas sociais que rotulam a doença como meramente psicológica, a condição leva o conhecimento científico ao limite e suas causas ainda precisam ser elucidadas.

Além da dor musculoesquelética, a Fibromialgia geralmente é acompanhada de falta de sono, cansaço, distúrbios do humor, geralmente associada à ansiedade e a depressão.

Os aspectos da dor crônica

Só entende quem convive. Isso é uma máxima sobre a dor crônica. Apesar de pessoas de todas as idades estarem suscetíveis, as mulheres com mais de 65 estão mais propensas.

Antes de tudo é importante ressaltar que cada pessoa interpreta e experimenta a dor de maneira individual. Mesmo entre pessoas diagnosticadas com a mesma condição, a descrição de como é a dor varia bastante.

Apesar das incertezas sobre a dor crônica, os estudos mais recentes apontam para uma condição biopsicossocial. Isto é, tem suas causas e evolução em aspectos biológicos, psicológicos e sociais e assim sendo, devem ser abordadas de uma maneira integral e não unicamente especializada.

Mente sã, corpo são?

É importante salientar que dizer que a dor crônica tem aspectos emocionais e sociais não invalida os aspectos biológicos. Muito pelo contrário, toda dor é real e a abordagem integral é o atestado de que a ciência vê a dor crônica como algo que vai além das evidências biológicas.

A saúde mental é uma construção que tem impactos reais sobre a nossa saúde física. Cada vez mais os estudos mostram que há uma forte ligação entre a saúde mental e a percepção da dor.

“Atacando” as fontes da dor ao mesmo tempo

Cerca de 85% das pessoas com dor crônica desenvolvem um quadro depressivo. Levando em consideração os longos períodos de sofrimento comuns da dor crônica, é como se a dor tivesse se tornado parte da pessoa, comprometendo fortemente a saúde mental.

O tratamento físico biológico é apenas parte da solução.

A boa notícia é que o mesmo processo responsável por amplificar a dor crônica pode, também, amenizá-la.

A capacidade do cérebro em se transformar

O processo que o cérebro humano possui de aprender algo novo e se reprogramar chama-se neuroplasticidade e é uma das maiores descobertas da neurociência.

Resumidamente, no caso da dor crônica, nosso cérebro tem o poder de alterar ou criar novas conexões neurais, substituindo as antigas, já condicionadas e hipersensibilizadas aos estímulos da dor.

É o mesmo processo que ocorre com uma pessoa que se recupera de um AVC e tem que reaprender a falar ou andar. Seu cérebro cria novos caminhos literalmente aprendendo novamente, mas agora a partir de outro “caminho”.

Mas como manter a mente sã com dores constantes? A resposta é o tratamento integral.

Como tratar a dor crônica?

Quando a causa da dor crônica não pode ser identificada, a comunidade médica não fala em cura, mas sim em tratamento e controle. Essa é a realidade de muitas pessoas.

Nesses casos, a maioria dos médicos têm uma aproximação multidisciplinar, misturando o uso de remédios, injeções e infiltrações, fisioterapia, terapias alternativas e, em último caso, cirurgias.

Não é o foco discutirmos as opções detalhadamente, mas sim tentarmos responder, o que nós podemos fazer individualmente?

Mudanças de estilo de vida

É sabido que mudanças no estilo de vida podem afetar positivamente os sintomas de quem vive com dor crônica, que podem ser divididos em 4 pilares:

  1. Redução do Stress
    O stress tem um papel importante na dor crônica, então é importante tentar reduzi-lo o máximo que conseguir. Isso é muito pessoal, mas técnicas como meditação, mindfulness e respiração profunda podem ajudar bastante.
  2. Exercícios físicos
    A prática de exercícios físicos leves, é fundamental para manter a saúde física em dia. O controle de peso e a manutenção de tônus muscular adequado para a correta sustentação do corpo, em todas as idades, é necessária.
  3. Dieta adequada.
    Comer saudavelmente aumenta a sua saúde geral e pode diminuir a dor. Evite alimentos inflamatórios como carne vermelha e carboidratos refinados. Limite a ingestão de álcool. Acompanhamento com nutricionista é uma boa pedida.
  4. Sono adequado.Tentar dormir com dor crônica pode ser um desafio. É muito comum quadros de insônia e foi comprovado que dormir mal intensifica a dor. Pessoas que dormem melhor e por mais tempo, experimentam sintomas mais brandos.

A terapia cognitiva comportamental e a dor crônica

A psicoterapia pode reduzir a dor crônica agindo na neuroplasticidade do cérebro.

Uma pesquisa publicada em 2021 por Yoni Ashar em parceria com Alan Gordon e Howard Schubiner, mostrou que 66% dos pacientes que receberam tratamento baseado em terapia, reeducação corporal, educação em dor e em exercícios específicos de reprogramação cerebral usando conceitos da neuroplasticidade relataram estarem livres de dor ou muito diminuída ao fim de um mês.

Entender os aspectos emocionais pode fazer toda a diferença no tratamento e no aprendizado de conviver com a dor crônica.

Outro consenso é nunca se entregar à dor, sempre desafiando, na medida do possível, a realidade negativa do convívio com a dor. Aprender sobre a dor e os mecanismos de como ela é ativada é um processo individual de busca e auto conhecimento, mas necessário no tratamento, e por que não, cura de uma condição que desafia o conhecimento científico.

Atualizado em 6 de novembro de 2023.

As redes sociais já fazem parte do dia a dia dos idosos no Brasil. É o que aponta a Federação Brasileira de Bancos, FEBRABAN, em sua 12ª Edição do Observatório – A inclusão Digital dos Idosos, lançada em setembro de 2022.

Esse acesso não se restringe apenas às redes sociais. As pessoas com mais de 60 anos usam em seu cotidiano a internet para, videochamadas, pesquisar preços e fazer compras, ver filmes e séries em plataformas de streaming e utilizar bancos por meio dos aplicativos de celular.

O acesso dos idosos à Internet em números.

De acordo com a mesma edição, 74% das pessoas com mais de 60 anos têm acesso à internet e 85% desses idosos o fazem diariamente.

Após as redes sociais e as videochamadas, o acesso aos serviços bancários digitais são os mais utilizados pelos idosos, com 72% fazendo uso rotineiro.

Esse grande acesso não se traduz em uma relação sadia. Quase 45% dos idosos brasileiros relatam sentimentos como medo e insegurança ao acessarem qualquer ferramenta digital. Sentimentos que resultam em perdas reais, já que os idosos são alvos de cerca de 70% de todos os golpes praticados pela internet.

Porque os idosos são alvos da maioria dos golpes?

Existem alguns motivos que fazem os idosos serem alvos preferenciais dos golpistas.

O primeiro deles é o fato dos idosos terem maior dificuldade com aparelhos tecnológicos. Essa dificuldade ocorre por motivos físicos e, também, pelo rápido avanço das tecnologias digitais, que muitas vezes não conseguem ser acompanhadas pelos mais velhos.

Outro ponto, é a percepção por parte dos criminosos de que os mais idosos têm mais dinheiro disponível ou guardado. Isso pode ser verdade em alguns casos, já que uma parcela da população idosa possui mais de uma aposentadoria, herdada de cônjuges, ou conseguiram guardar somas consideráveis de bens durante a vida.

Conheça os 3 tipos de golpes mais comuns contra os idosos.

Com a referida inclusão digital dos idosos os tipos de golpe também aumentaram. Veja abaixo os mais comuns.

O temido phishing

Esse ainda é o método mais comum utilizado contra os idosos. São sites falsos, idênticos aos reais, feitos com o objetivo de roubar os dados bancários das vítimas.

Os golpistas fazem versões falsas de lojas virtuais, bancos e até mesmo de serviços de streaming. Utilizando de base de e-mails vazadas, fingem ser as instituições e enviam mensagens com promoções muito atrativas, que acabam fazendo com que os idosos coloquem seus dados bancários que ficam disponíveis para os criminosos.

Outra modalidade é o phishing envolvendo sites falsos do convênio de saúde e principalmente do INSS. De grande interesse pela população idosa, a modalidade de phishing envolvendo esses assuntos é muito utilizada.

Contas falsas no WhatsApp

Muito comum esse tipo de golpe pode parecer simples, mas é muito eficaz contra os idosos. O golpe começa com a lista de contatos sendo hackeada em aplicativos ou retirados de dados públicos em redes sociais.

Com os dados em mãos os criminosos fazem contas falsas, se utilizando das fotos e nomes dos contatos. Depois iniciam conversas, falando que mudaram de número e começam a pedir dinheiro se passando pelos amigos e muitas vezes pelos filhos.

Clonagem de WhatsApp

Mais complexo do que as contas falsas, os golpistas conseguem acesso aos dados de segurança do aplicativo. Esses dados são conseguidos através de links de phishing ou até mesmo ligações, onde o estelionatário envia um código de confirmação via SMS para o celular da vítima.

Com isso, o estelionatário consegue sequestrar a conta, deixando a vítima sem acesso ao aplicativo. Então começa a pedir quantias em dinheiro para os contatos. Vale ressaltar que nessa modalidade o criminoso tem acesso a todas as conversas, podendo roubar dados sensíveis presentes nelas.

Como o idoso pode se proteger dos golpes?

A primeira coisa e talvez a mais importante, é a chamada técnica do 3P: Pare, Pense e Pesquise. A técnica é útil em todos os cenários de golpes digitais. Nunca ceda à urgência de uma promoção, solicitação ou pedidos de dinheiro, mesmo que de conhecidos ou parentes.

Ao se deparar com uma super promoção ou solicitação urgente, faça a pesquisa por contra própria, sem clicar em nenhum link na mensagem. Se é uma loja conhecida, entre usando o navegador e veja se a promoção está realmente lá. Se for uma instituição governamental ou banco, entre em contato com eles.

A mesma coisa vale para pedidos de dinheiro pela internet, seja qual for o motivo e de quem for que seja. Mesmo dos filhos. Entre sempre em contato pelos telefones usuais.

Cuidado com as senhas

Nunca reutilize senhas, mesmo em aplicativos. Crie sempre uma nova e ative a autenticação em dois fatores, sempre que possível.

Peça sempre ajuda

Na dúvida sobre qualquer assunto envolvendo o mundo digital é importante pedir ajuda para familiares e amigos com maior conhecimento.

O simples ato de não agir por impulso e ponderar sobre o que está acontecendo, fazendo uma pesquisa pessoal, fará com que as chances do golpista diminua muito. Por isso, olho vivo!