Evitando infantilização: como tratar o idoso com respeito e autonomia

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Cuidadora conversa com idoso em ambiente externo, com expressão atenta e sorriso leve, transmitindo empatia e respeito.

Atualizado em 6 de agosto de 2025.

Envelhecer não significa voltar à infância. No entanto, muitos idosos ainda são tratados como se tivessem perdido a capacidade de decidir por si mesmos. A infantilização é um comportamento comum, muitas vezes inconsciente, que retira da pessoa idosa sua autonomia e dignidade. E isso pode afetar profundamente sua autoestima, saúde emocional e até física.

Mas afinal, como evitar esse erro e oferecer um cuidado que respeite a história, a individualidade e o protagonismo de quem envelhece?

O que é infantilização na terceira idade?

A infantilização ocorre quando tratamos uma pessoa idosa como se ela fosse incapaz, frágil ou dependente em excesso, mesmo quando isso não condiz com sua realidade. Pode aparecer de forma sutil:

  • Falar com voz infantilizada, como se fosse uma criança
  • Tomar decisões por ela sem consultar sua opinião
  • Substituir a autonomia por “ajuda” desnecessária
  • Evitar conversas sérias como se ela “não fosse entender”

Esse tipo de atitude, mesmo que venha com boas intenções, comunica desrespeito. E pode gerar frustração, insegurança, isolamento e até resistência aos cuidados de verdade.

Se, por exemplo, um idoso apresenta limitações físicas, é essencial saber até onde ele pode agir sozinho. Nesse sentido, entender os desafios e os cuidados com problemas comuns como os de coluna pode ajudar a calibrar o apoio sem tirar sua autonomia.

O respeito começa com a escuta

Respeitar a pessoa idosa é, antes de tudo, ouvi-la. É perguntar como ela prefere ser cuidada, com que roupas se sente bem, o que gostaria de comer, que rotina prefere seguir.

A escuta ativa é o ponto de partida para um cuidado ético, humano e centrado na pessoa. Quando incluímos o idoso nas decisões do seu dia a dia, estamos dizendo: “sua opinião importa, sua experiência é valorizada”.

E essa escuta não precisa acontecer só no ambiente familiar. Ela se amplia também no convívio social. Manter o idoso inserido em círculos de afeto e diálogo fortalece sua autonomia e sua autoestima. A vida social ativa na terceira idade é uma grande aliada do respeito.

Incentivar a autonomia faz parte do cuidado

Sempre que possível, o idoso deve ser incentivado a manter sua autonomia. Isso inclui:

  • Participar de tarefas simples do dia a dia
  • Escolher suas roupas, programas e refeições
  • Administrar seus próprios horários
  • Ser envolvido em decisões familiares

Mesmo quando há limitações físicas ou cognitivas, é possível adaptar atividades para que ele siga exercendo algum controle sobre sua rotina, com apoio, não substituição.

Cuidadores e familiares podem contar com ajuda especializada para isso. A fisioterapia, por exemplo, é uma grande aliada na manutenção da autonomia na terceira idade, mesmo em situações de fragilidade.

Linguagem e postura importam

A forma como nos dirigimos à pessoa idosa diz muito. Evite:

  • Diminutivos como “bonitinho”, “fofinha”, “vovozinho”
  • Expressões como “deixa que eu faço pra você” sem necessidade
  • Interromper falas ou desconsiderar opiniões

Prefira uma comunicação clara, direta e gentil, com o mesmo respeito que você gostaria de receber.

O papel do cuidador e da família

Família e cuidadores devem caminhar lado a lado com o idoso, nunca à frente ou por cima. Isso inclui decisões importantes do cotidiano, como o retorno à rotina após as férias e o momento certo de contar com um cuidador, que precisam ser construídas com diálogo e respeito. Até mesmo questões simples, como a rotina do sono na terceira idade, podem e devem ser ajustadas em parceria com ele.

Esse cuidado compartilhado também envolve afeto, convivência e presença. Relações familiares de troca e respeito, como as que envolvem netos e avós, podem ter um papel decisivo na saúde emocional e no fortalecimento da identidade. O vínculo entre netos e idosos é uma dessas pontes intergeracionais que resistem ao tempo.

Respeitar é o primeiro passo do cuidado

Evitar a infantilização é um gesto de amor. É reconhecer que o idoso não perdeu sua identidade com o tempo, ele a fortaleceu. Respeitar sua autonomia é cuidar de forma digna, ética e afetiva.

Na Mão do Amor, esse é um compromisso que levamos a sério todos os dias. Cuidar com empatia, escuta e respeito é o que nos move.

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