Dose de reforço contra a Covid-19
O Ministério da Saúde iniciou uma nova fase na Campanha de Vacinação contra a Covid-19: a DOSE DE REFORÇO.
O conceito de reforço vacinal ou dose de reforço está relacionado à manutenção do nível de anticorpos que foram obtidos dentro do previsto nos estudos. O reforço funciona como uma manutenção, potencializando sua ação principalmente contra novas variantes.
É o mesmo conceito que acontece com a Influenza, por exemplo. Todos os anos é necessária uma nova vacinação para que o corpo desenvolva anticorpos contra as cepas novas e antigas.
Por que mais uma dose?
A rigor, a necessidade de mais uma dose contra o Coronavírus se baseia em três fatores:
Disseminação da variante Delta
A Delta, variante mais transmissível, já é predominante em estados populosos como São Paulo e Rio de Janeiro e tem se mostrado mais resistente aos anticorpos desenvolvidos em contatos anteriores com o Sars-CoV-2, elevando o risco de infecções sintomáticas em vacinados.
Queda de anticorpos neutralizantes após alguns meses
A queda de anticorpos acontece naturalmente depois de um tempo, e é normal para todas as idades.
Fragilidade do sistema imunológico de grupos específicos
Um problema característico da população idosa é a imunossenescência, ou seja, envelhecimento do sistema imunológico, que resulta em uma resposta menor às vacinas. Com o avanço da idade, o organismo tende a perder a capacidade de produção de anticorpos e de células de defesa, responsáveis pelo combate a microrganismos nocivos como vírus, bactérias e parasitas.
Outro grupo fragilizado são pessoas com imunossupressão, que é o enfraquecimento do sistema imunológico, responsável por proteger o corpo contra infecções. Ela pode ser causada pelo envelhecimento, por hábitos prejudiciais à saúde, como alimentação desequilibrada, consumo de álcool ou tabagismo, por doenças adquiridas ou congênitas, e ainda, pela ação de alguns medicamentos.
Até agora, o reforço mostrou-se eficiente para grupos de idosos e pessoas imunossuprimidas.
Considera-se alto grau de imunossupressão pessoas com:
- Imunodeficiência primária grave;
- Quimioterapia para câncer;
- Transplantados de órgão sólido ou de células tronco hematopoiéticas (TCTH) em uso de drogas imunossupressoras;
- HIV/Aids com CD4 menor que 200 cel/mm3;
- Uso de corticoides em doses maior que 20 mg/dia de prednisona, ou equivalente, por mais de 14 dias;
- Pacientes em terapia renal substitutiva (hemodiálise);
- Pacientes com doenças imunomediadas inflamatórias crônicas (reumatológicas, autoinflamatórias, doenças intestinais inflamatórias);
- Uso de drogas modificadoras da resposta imune. São elas: Metotrexato; Leflunomida; Micofenolato de mofetila; Azatioprina; Ciclofosfamida; Ciclosporina; Tacrolimus; 6-mercaptopurina; Biológicos em geral (infliximabe, etanercept, humira, adalimumabe, tocilizumabe, Canakinumab, golimumabe, certolizumabe, abatacepte, Secukinumab, ustekinumab); Inibidores da JAK (Tofacitinibe, baricitinib e Upadacitinibe).
Como funciona a dose de reforço?
A dose de reforço seguirá um calendário similar ao do início da campanha de vacinação, priorizando idosos acima de 70 anos e pessoas imunossuprimidas, populações mais vulneráveis aos sintomas mais graves da doença.
Conforme o avanço da imunização desses dois grupos, a necessidade da dose de reforço também será analisada para outras faixas-etárias e públicos prioritários.
Segundo o diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Renato Kfouri, a necessidade de uma terceira dose não significa necessariamente que as pessoas aptas para receber a aplicação estão completamente desprotegidas contra a Covid-19. “Os dados mostram que a proteção não é adequada ou ótima, por isso, vamos melhorar o esquema primário de duas para três doses”, afirma.
Quais as vacinas indicadas para o reforço?
De acordo com a recomendação do Ministério da Saúde, o reforço vale para quem tomou qualquer vacina e será realizado, preferencialmente, com uma dose da Pfizer/BioNTech. Na falta desse imunizante, a alternativa deverá ser feita com as vacinas de vetor viral, Janssen ou AstraZeneca.
Além do reforço na imunização, o Ministério da Saúde anunciou ainda a redução do intervalo entre as doses da Pfizer e AstraZeneca de 12 para 8 semanas. A diminuição do intervalo está prevista para todos que já iniciaram o ciclo vacinal com os imunizantes.
A intercambialidade entre as vacinas contra a Covid-19 é alvo de diversas pesquisas científicas no Brasil e no mundo. Os resultados dos estudos apontam que, em geral, a aplicação de vacinas diferentes, chamada tecnicamente de esquema heterólogo, apresenta segurança e pode levar ao aumento da resposta imunológica contra a doença.
Não confunda dose de reforço com terceira dose
A terceira dose é quando uma pessoa toma três doses de um mesmo tipo de vacina, já que duas doses não foram suficientes para completar o ciclo vacinal. Trata-se de uma mudança de esquema para algumas populações fragilizadas, que sabidamente respondem mal à vacinação no seu esquema tradicional.
A dose de reforço é oferecida para pessoas que já completaram o esquema vacinal com duas doses, desenvolveram uma boa resposta inicialmente, mas que diminuiu com o tempo. No reforço, a composição do imunizante contra a Covid-19 não deve ser a mesma, mas uma atualização feita a partir das novas variantes em circulação do SARS-CoV-2, como acontece todo ano com a vacina da gripe, atualizada com as novas mutações do vírus.
Vacinação em Rio Preto
Hoje, final de setembro de 2021, a Campanha de Reforço da Vacinação contra a Covid na cidade de São José do Rio Preto já começou para estes dois públicos:
- Idosos com 80 anos ou mais que tenham recebido a segunda dose há pelo menos seis meses;
- Adultos com 18 ou mais com alto grau de imunossupressão que tenham recebido a dose única ou segunda dose há pelo menos 28 dias.
Acompanhe o calendário de São José do Rio Preto aqui
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