Combate ao câncer de próstata no Novembro Azul

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Novembro Azul no combate ao câncer de próstata

Atualizado em 14 de novembro de 2023.

Novembro Azul é uma campanha mundial que promove conscientização sobre cuidados com a saúde masculina, com foco direto no diagnóstico precoce do câncer de próstata.

Durante todo o mês de novembro, empresas, imprensa e entidades se unem em prol da saúde masculina, com divulgação de mensagens esclarecedoras sobre o tema e um alerta para a alta incidência desta silenciosa doença.

Estatísticas

Na maioria das vezes, o tumor maligno se desenvolve em indivíduos acima dos 50 anos, sendo que mais da metade dos casos diagnosticados ocorre na faixa etária de 65 anos ou mais.

O câncer de próstata é o mais frequente entre os homens, depois do câncer de pele. Embora seja uma doença comum, por medo ou por desconhecimento muitos homens preferem não conversar sobre esse assunto.

Segundo o INCA, Instituto Nacional de Câncer, no Brasil estimam-se 71.730 novos casos de câncer de próstata por ano para o triênio 2023-2025.

O câncer de próstata

A próstata é uma glândula integrante do sistema genital masculino situado na região pélvica, na frente do reto e logo abaixo da bexiga, que envolve a parte superior da uretra, canal que liga a bexiga ao orifício externo do pênis. Sua função é produzir um líquido que compõe parte do sêmen, que nutre e protege os espermatozoides.

Uma próstata adulta saudável pesa cerca de 20 a 25 gramas e tem aproximadamente 4cm de largura, 3cm de altura e 2cm de espessura. Mas com o avançar da idade, principalmente sobre a influência do hormônio masculino, ela tende a crescer.

Esta glândula dificilmente seria notada se não fosse frequentemente acometida por tumores.

O maior perigo está na forma silenciosa que eles progridem. O desenvolvimento tende a ser lento, ao longo de anos ou até décadas, de modo que boa parte dos pacientes convive com a doença por muito tempo até notar os primeiros sintomas.

Entretanto, uma parcela dos pacientes apresenta doença agressiva com rápida progressão (metástase) e surgimento relativamente precoce. Não é possível predizer quais pacientes apresentarão doença grave através dos métodos e pesquisas disponíveis atualmente.

As células são as menores partes do corpo humano. Durante toda a vida, as células se multiplicam, substituindo as mais antigas por novas. Mas, em alguns casos, pode acontecer um crescimento descontrolado de células, formando tumores que podem ser benignos ou malignos. E a próstata é frequentemente acometida por este acontecimento.

A doença é confirmada após fazer a biópsia, que é indicada ao encontrar alguma alteração no exame de sangue (PSA) ou no toque retal.

Exame de toque retal: o médico avalia tamanho, forma e textura da próstata, introduzindo o dedo protegido por uma luva lubrificada no reto. Este exame permite palpar as partes posterior e lateral da próstata.

Exame de PSA: é um exame de sangue que mede a quantidade de uma proteína produzida pela próstata – Antígeno Prostático Específico (PSA). Níveis altos dessa proteína podem significar câncer, mas também doenças benignas da próstata.

Tais exames podem ser realizados anualmente pelo médico urologista na população com maior risco de desenvolver a doença: homens a partir dos 45 a 50 anos. Diante de uma eventual alteração em um ou ambos os exames, o paciente é submetido à biopsia de próstata por agulha. O médico patologista é o responsável pela confirmação do diagnóstico de câncer através de avaliação microscópica.

Sinais e sintomas

É comum o câncer de próstata não apresentar nenhum sintoma ou sinal por longos anos. Porém, ao apresentar, os mais comuns são:

  • Dificuldade de urinar;
  • Sangue na urina;
  • Diminuição do jato de urina;
  • Necessidade de urinar mais vezes durante o dia ou à noite.

Tratamento

O tratamento é feito por meio de uma ou de várias técnicas de tratamento, que podem ser combinadas ou não. A principal delas é a cirurgia, que pode ser aplicada junto com radioterapia e tratamento hormonal, conforme cada caso.

Quando localizado apenas na próstata, o câncer de próstata pode ser tratado com cirurgia oncológica, radioterapia e até mesmo observação vigilante, em alguns casos especiais. No caso de metástase, ou seja, se o câncer da próstata tiver se espalhado para outros órgãos, a radioterapia é utilizada junto com tratamento hormonal, além de tratamentos paliativos.

A escolha do melhor tratamento é feita individualmente, por médico especializado, caso a caso, após definir quais os riscos, benefícios e melhores resultados para cada paciente, conforme estágio da doença e condições clínicas do paciente. Todas as modalidades de tratamento são oferecidas, de forma integral e gratuita, por meio do SUS (Sistema Único de Saúde).

A cura

Segundo especialistas, o importante é o diagnóstico precoce da doença, pois quando descoberta na fase inicial, a chance de cura é superior a 90%.

Fatores de risco

Existem alguns fatores que podem aumentar as chances de um homem desenvolver câncer de próstata. São eles:

  • Idade: o risco aumenta com o avançar da idade. No Brasil, a cada dez homens diagnosticados com câncer de próstata, nove têm mais de 55 anos;
  • Histórico de câncer na família: homens cujo pai, avô ou irmão tiveram câncer de próstata antes dos 60 anos, fazem parte do grupo de risco;
  • Sobrepeso e obesidade: estudos recentes mostram maior risco de câncer de próstata em homens com peso corporal mais elevado.

Como prevenir o câncer de próstata?

Por não estar relacionado a um fator de risco modificável, não há medidas preventivas específicas para o câncer de próstata.

Porém, já está comprovado que uma dieta rica em frutas, verduras, legumes, grãos e cereais integrais, e com menos gordura, principalmente as de origem animal, ajuda a diminuir o risco de câncer, como também de outras doenças crônicas não-transmissíveis.

Nesse sentido, outros hábitos saudáveis também são recomendados, como fazer, no mínimo, 30 minutos diários de atividade física, manter o peso adequado à altura, diminuir o consumo de álcool e não fumar. Entre os fatores que mais ajudam a prevenir o câncer de próstata estão:

  • Ter uma alimentação saudável;
  • Manter o peso corporal adequado;
  • Praticar atividade física;
  • Não fumar;
  • Evitar o consumo de bebidas alcoólicas.

Outras enfermidades da próstata

Além do câncer, a próstata também pode ser acometida por doenças benignas com sintomas muito parecidos.

Hiperplasia benigna da próstata é o aumento benigno da próstata. Afeta mais da metade dos homens com idade superior a 50 anos e ocorre naturalmente com o avançar da idade.

Prostatite é uma inflamação na próstata, geralmente causada por bactérias.

Resistência masculina

O maior desafio para o diagnóstico precoce do câncer de próstata é a própria resistência por parte dos pacientes. Estudos apontam que mais de 50% dos homens na faixa dos 60 anos nunca se consultaram com um urologista. E muitos, quando o procuram, é por já estarem com os sintomas avançados.

Os motivos para este comportamento em massa podem ser vários, como desleixo com a própria saúde, procrastinação, ou simples desconhecimento. Porém, temos que ir direto ao ponto. O mais comum é que o paciente esteja desconfortável em realizar o exame de toque, parte essencial da consulta, mas que inevitavelmente causa um sentimento de invasão e constrangimento por parte do paciente.

Numa comparação ao universo feminino, seria o equivalente ao Papanicolau, um exame importante à saúde, mas que deixam as pacientes em situação desconfortável, com uma sensação de vulnerabilidade e alta exposição.

Nestes paradigmas há ainda uma questão cultural, já que crescemos ouvindo piadas e comentários acerca do exame de toque, sempre de forma pejorativa, vexatória. Situações que ajudam a criar ainda mais barreiras.

Outro ponto a ser considerado é que o tratamento do câncer de próstata causa uma temporária perda da função sexual. Mesmo sendo uma condição reversível, muitos homens preferem “ignorar” o problema para não passar por esta situação.

Por estes e tantos outros motivos que a MÃO DO AMOR apoia o NOVEMBRO AZUL. Esta campanha não é apenas um alerta para o diagnóstico precoce, mas também uma oportunidade para desmistificar crenças com relação a este tema tão importante para a nossa sociedade.

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