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Atualizado em 16 de julho de 2024.

A cultura desempenha um papel fundamental em todas as fases da vida, e isso não é diferente para os idosos. Com o envelhecimento da população mundial, é crucial entender como a cultura pode influenciar positivamente a vida das pessoas na terceira idade.

A participação em atividades culturais pode proporcionar inúmeros benefícios, desde a melhora da saúde mental até o fortalecimento de laços sociais. Neste post, vamos explorar a importância da cultura para os idosos e como ela pode contribuir para um envelhecimento saudável e ativo.

Benefícios da participação cultural

A participação cultural oferece uma ampla gama de benefícios para os idosos, promovendo a saúde mental, a socialização, o estímulo cognitivo, o bem-estar físico, a autoestima e a preservação da identidade.

Saúde mental e bem-estar emocional

A participação em atividades culturais, como assistir a filmes, ir ao teatro, visitar museus ou participar de grupos de leitura, tem um impacto significativo na saúde mental dos idosos.

Essas atividades estimulam o cérebro, ajudando a prevenir doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer. Além disso, elas promovem o bem-estar emocional, reduzindo sentimentos de depressão e ansiedade.

Socialização e combate à solidão

A solidão é um problema comum entre os idosos, especialmente aqueles que vivem sozinhos ou longe de suas famílias. Atividades culturais oferecem oportunidades para socialização, permitindo que os idosos façam novas amizades e fortaleçam seus laços sociais.

Participar de eventos culturais, como festivais e exposições, pode ser uma excelente maneira de se manter conectado com a comunidade.

Estímulo cognitivo

Envolver-se em atividades culturais estimula a mente e promove a aprendizagem contínua. Aprender um novo instrumento musical, estudar uma nova língua ou até mesmo participar de aulas de arte são maneiras eficazes de manter o cérebro ativo e saudável.

Essas atividades não só melhoram a memória e a função cognitiva, mas também proporcionam um senso de realização e propósito.

Preservação da identidade e da história

A cultura é uma parte essencial da identidade de uma pessoa. Para os idosos, engajar-se em atividades culturais pode ajudar a preservar e transmitir tradições, histórias e valores para as gerações mais jovens. Isso não só fortalece a sensação de pertencimento, mas também contribui para a valorização e o respeito pela diversidade cultural dentro da comunidade.

Exemplos de atividades culturais perfeitas para a terceira idade

Clubes de leitura: Participar de clubes de leitura pode ser uma maneira agradável de discutir livros e compartilhar opiniões com outras pessoas.

Aulas de arte: Pintura, escultura ou cerâmica são atividades que estimulam a criatividade e oferecem uma maneira de expressar emoções.

Concertos e espetáculos: Assistir a apresentações musicais ou teatrais é uma forma de entretenimento que também promove a interação social.

Voluntariado em museus: Trabalhar como voluntário em museus ou centros culturais pode proporcionar um senso de propósito e a oportunidade de aprender mais sobre a história e a arte.

Festivais culturais: Participar de festivais é uma excelente maneira de celebrar a diversidade cultural e conhecer novas tradições.

O teatro e a magia dos palcos se dissemina entre os idosos

Participar de atividades teatrais, seja como espectador ou como ator, estimula o cérebro de várias maneiras. Memorizar falas, interpretar personagens e entender enredos complexos são atividades que mantêm a mente ativa e engajada.

Essas experiências podem ajudar a melhorar a memória, a concentração e as habilidades de resolução de problemas. Entre em contato com o Teatro Municipal de sua cidade, ou procure grupos de teatros regionais. É muito comum terem aulas e grupos voltados especialmente para idosos.

O FIT – Festival Internacional de Teatro em São José do Rio Preto

O FIT completa, em 2024, 55 anos de história. Durante os 9 dias de duração o festival que em 2021 tornou-se internacional, apresenta um teatros, ruas e em outros espaços públicos 70 espetáculos.

Os espetáculos, que são quase em toda a sua maioria gratuitos, tem apresentações voltadas para os públicos de todas as idades. A programação completa pode ser conferida no site oficial do evento.

A cultura é um elemento vital para o bem-estar de nossa sociedade. Ela oferece uma variedade de benefícios que vão desde a melhoria da saúde mental até o fortalecimento dos laços sociais. Promover e facilitar o acesso às atividades culturais para os idosos deve ser uma prioridade nas políticas de saúde e bem-estar. Encorajar a participação cultural é investir em um envelhecimento mais saudável, feliz e significativo.

Atualizado em 1 de julho de 2024.

Quando pensamos na terceira idade, muitas vezes associamos essa fase da vida a limitações físicas e declínio da saúde. No entanto, uma área frequentemente negligenciada e envolta em tabus é a sexualidade e, por que não, o sexo entre pessoas idosas.

O sexo entre idosos pode ser uma experiência gratificante e satisfatória, embora possa envolver algumas mudanças e adaptações em comparação com as fases mais jovens da vida. É importante abordar este tema com sensibilidade e respeito e entender que o sexo e a sexualidade podem até ganhar uma nova forma nessa fase da vida.

Sendo assim, é hora de desmistificar esse assunto e deixar os preconceitos de lado e reconhecer que o desejo e a intimidade não têm prazo de validade e fazem parte da vida de todos nós.

O tabu do sexo entre idosos é um dos mais fortes em nossa sociedade.

A sociedade em que vivemos está acostumada a relacionar sexo com juventude, vigor e beleza. Muito disso vem das representações estereotipadas do cinema, televisão e da indústria pornô sobre a sexualidade, componente e característica inerente a todos os seres humanos, independente da idade.

É bom definirmos o que é a sexualidade. De acordo com o Psicólogo Ester Antunes: “É uma necessidade básica do ser humano que se manifesta através do desejo, contato, intimidade, expressão, amor e carinho, como também criação de laços de união mais intensos com outras pessoas, assim desenvolvendo uma comunicação que visa o prazer, o bem-estar e autoestima através de uma relação íntima.”

E por que qualquer um de nós, notadamente os idosos, deveriam se privar de tanta coisa boa? A boa notícia é que não estão se privando e as quatro paredes dos idosos é bem mais agitada do que se pensa.

Nós não nos tornamos assexuados com o avanço da idade.

Embora diferente, a sexualidade e o sexo são parte integrantes da vida dos idosos. A frequência pode diminuir, assim como o próprio conceito do que é sexo pode se expandir, se libertando do paradigma da penetração, como veremos mais para frente.

Os idosos possuem necessidades de prazer e bem-estar semelhantes às de crianças, adolescentes, jovens e adultos. Manter a sexualidade ativa durante o envelhecimento deve ser visto como um direito fundamental e crucial para a qualidade de vida.

De acordo com artigos publicados na The Lancet referente a estudos realizados na Inglaterra, temos os seguintes números:

Entre 60 e 69 anos – 86% dos homens e 60%, relatam serem sexualmente ativos.

Entre 70 a 79 anos – temos 59% dos homens e 34% das mulheres ativos.

Acima de 80 anos – 31% dos homens e 14% das mulheres.

Acima dos 90 anos – 10% das pessoas relatam serem ativos.

Em outro estudo, referente a frequencia, feito com pessoas entre 75 e 85 anos, 54% relataram fazer sexo 2 ou 3 vezes por mês e 23% disseram fazer sexo umas ou mais vezes por semana.

Em um terceiro estudo, feito com pessoas de 65 a 80 anos, dois terços disseram que eram interessados em sexo e mais de 50% afirmaram que o sexo era muito importante para sua qualidade de vida.

Então, como visto, os idosos estão longe de serem assexuados, mesmo que o sexo e a sexualidade assuma diferentes faces com o envelhecimento do corpo.

A expansão do conceito da sexualidade além do ato sexual.

Com a maturidade, ocorre algo único e profundo na percepção que temos sobre o sexo.

Se na juventude e na fase adulta temos a tendência de relacionarmos o ato sexual como a expressão máxima da sexualidade, com o avanço da idade, ganhamos a capacidade de expressar e perceber nossa sexualidade de uma maneira muito mais abrangente.

Deixamos se entender a penetração como o foco da sexualidade, dando espaço para uma grande variedade de sentimentos aflorar, como o carinho, a cumplicidade, a intimidade e o flerte. Claro que o sexo ainda é presente, mas é extrapolado da sua função meramente fisiológica, dando expaço para visão mais holística da sexualidade como um todo!

Cheiros, beijos, toques, abraços e até mesmo o tom de voz assumem uma esfera completamente nova, liberando todos nós para vivenciar a sexualidade e o contato sexual de uma maneira muito mais profunda.

As mudanças físicas que afetam a sexualidade dos idosos.

Devido a presença de comorbidades e mudanças fisiológicas que aparecem com o avanço da idade, podemos citar algumas que impactam na vida sexual a medida em que envelhecemos:

Menopausa e andropausa: As mudanças hormonais, como a menopausa nas mulheres e a andropausa nos homens, podem levar a uma diminuição na libido e alterações na função sexual.

Condições médicas: Doenças crônicas como diabetes, hipertensão, dores crônicas, artrite e doenças cardiovasculares podem afetar a capacidade sexual e o desejo.

Efeitos colaterais de medicamentos: Muitos medicamentos prescritos para tratar condições comuns em idosos podem ter efeitos colaterais que interferem na função sexual, como antidepressivos e medicamentos para pressão alta.

Disfunções sexuais: Problemas como disfunção erétil nos homens e secura vaginal nas mulheres são comuns com o envelhecimento.

O aspecto emocional do sexo na terceira idade.

O aspecto emocional da sexualidade na terceira idade é complexo e multifacetado, influenciado por uma variedade de fatores psicológicos, relacionais e sociais. A seguir, são destacados alguns dos principais aspectos emocionais que podem afetar a sexualidade dos idosos:

Autoestima e imagem corporal

Mudanças físicas: O envelhecimento traz mudanças físicas inevitáveis, como rugas, flacidez da pele e ganho ou perda de peso. Essas mudanças podem afetar a autoestima e a percepção da atratividade pessoal, impactando o desejo e a satisfação sexual.

Aceitação do corpo: Desenvolver uma aceitação positiva do corpo em envelhecimento pode melhorar a autoestima e promover uma atitude mais saudável em relação à sexualidade.

Intimidade e conexão emocional

Profundidade do relacionamento: Para muitos idosos, a sexualidade está fortemente ligada à intimidade emocional e à conexão com o parceiro. Sentimentos de amor, carinho e companheirismo são frequentemente mais valorizados do que o ato sexual em si.

Comunicação: Uma comunicação aberta e honesta sobre desejos, necessidades e limitações pode fortalecer a relação e melhorar a vida sexual.

Impacto de perdas e luto

Perda do parceiro: A perda de um parceiro pode ter um impacto profundo na vida emocional e sexual dos idosos. O luto e a solidão podem reduzir o interesse em buscar novas relações ou retomar a vida sexual.

Processo de luto: Cada pessoa lida com o luto de forma diferente, e é importante respeitar o tempo necessário para se ajustar e, eventualmente, reabrir-se para novas experiências emocionais e sexuais.

Saúde mental na terceira idade

Depressão e ansiedade: Problemas de saúde mental, como depressão e ansiedade, são comuns entre os idosos e podem diminuir o desejo sexual e a capacidade de desfrutar de intimidade.

Terapia e suporte: O acesso a terapia e suporte psicológico pode ajudar a lidar com esses desafios, melhorando a saúde mental e a qualidade de vida sexual.

O papel da comunidade médica no apoio à sexualidade na terceira idade.

Médicos, claramente, também são suscetíveis a preconceitos e crenças em tabus que podem acabar cerceando a sexualidade na terceira idade.

A preparação da comunidade médica para apoiar a sexualidade dos idosos ainda enfrenta desafios significativos, mas há progressos em várias áreas:

  1. Formação médica: A educação sobre sexualidade na terceira idade é limitada nos currículos médicos, embora programas de educação contínua estejam começando a abordar essa lacuna. É essencial que médicos recebam treinamento adequado para discutir abertamente questões sexuais com pacientes idosos.
  2. Conscientização e sensibilidade: Profissionais de saúde devem superar preconceitos e estigmas relacionados à sexualidade dos idosos. Uma comunicação aberta e sem julgamentos é crucial para oferecer um atendimento de qualidade.
  3. Abordagem multidisciplinar: Uma equipe de saúde que inclua médicos, enfermeiros, psicólogos e terapeutas pode oferecer um suporte mais completo, abordando aspectos físicos e emocionais da sexualidade.
  4. Recursos e referências: A disponibilização de materiais educativos e encaminhamentos para especialistas, como urologistas e terapeutas sexuais, pode melhorar o suporte oferecido aos idosos.
  5. Políticas de saúde: Políticas públicas que promovem a saúde sexual na terceira idade são necessárias para garantir acesso a serviços adequados e inclusivos.
  6. Pesquisa e desenvolvimento: Investir em pesquisas sobre sexualidade na terceira idade e no desenvolvimento de novos tratamentos pode informar melhores práticas e melhorar a qualidade de vida dos idosos.

Apesar dos avanços, é necessário um esforço contínuo para que a comunidade médica esteja totalmente preparada para apoiar a sexualidade dos idosos de forma abrangente e sensível. Mas isso muda rapidamente, afinal de contas os médicos jovens de hoje, levarão para a sua vida essa nova percepção do sexo e sexualidade a medida em que envelhecem.

Os benefícios de nutrirmos o sexo e a sexualidade na terceira idade.

A sexualidade na terceira idade oferece inúmeros benefícios para a saúde física, emocional e mental. Aqui estão alguns dos principais benefícios:

Saúde física

Melhora do sistema cardiovascular: A atividade sexual, mesmo que adaptada à idade, pode melhorar a saúde do coração e a circulação sanguínea.

Fortalecimento do sistema Imunológico: A prática sexual pode fortalecer o sistema imunológico, ajudando a combater doenças e infecções.

Alívio da dor: A liberação de endorfinas durante o sexo pode atuar como um analgésico natural, ajudando a reduzir dores e desconfortos físicos.

Saúde emocional

Redução do estresse e ansiedade: A intimidade e o prazer sexual podem reduzir os níveis de estresse e ansiedade, promovendo uma sensação de bem-estar e relaxamento.

Melhora da autoestima: Sentir-se desejado e amado pode aumentar a autoestima e a autoconfiança, contribuindo para uma visão mais positiva de si mesmo.

Saúde mental

Melhora do humor: A atividade sexual estimula a produção de hormônios como a dopamina e a serotonina, que são conhecidos por melhorar o humor e proporcionar uma sensação de felicidade.

Prevenção de depressão: A intimidade e a conexão emocional com um parceiro podem ajudar a prevenir ou aliviar sintomas de depressão.

Conexão social e relacional

Fortalecimento dos laços: A sexualidade pode fortalecer os laços entre parceiros, promovendo maior intimidade, compreensão e apoio mútuo.

Sentimento de companheirismo: A presença de uma vida sexual ativa pode fortalecer o sentimento de companheirismo e reduzir a sensação de solidão.

Manutenção da função cognitiva

A atividade sexual pode estimular a função cerebral, ajudando a manter a mente ativa e contribuindo para a saúde cognitiva.

A sexualidade na terceira idade é uma parte vital da saúde e bem-estar, e reconhecer sua importância é fundamental.

À medida que envelhecemos, a intimidade e a conexão emocional continuam a desempenhar um papel crucial na nossa qualidade de vida. Superar estigmas e preconceitos em relação à sexualidade dos idosos é essencial para promover uma visão mais inclusiva e compreensiva.

Ao valorizar a comunicação aberta, a aceitação das mudanças naturais do corpo e o apoio emocional, podemos ajudar a criar um ambiente onde nos sintamos confortáveis para expressar e explorar a sexualidade em qualquer idade.

Recursos educativos e um maior entendimento sobre as necessidades específicas dessa fase da vida são fundamentais para garantir que todos tenhamos a oportunidade de viver uma vida sexual saudável e gratificante.

A sexualidade não tem data de validade, e é nosso dever como sociedade apoiar e celebrar essa parte essencial da experiência humana em todas as fases da vida.

Atualizado em 14 de junho de 2024.

Todo ano, no dia 14 de junho, o mundo se une para celebrar o Dia Mundial do Doador de Sangue. Esta data, estabelecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2004, tem como objetivo agradecer aos doadores voluntários pelo seu ato de generosidade e conscientizar a população sobre a importância da doação de sangue para salvar vidas.

A escolha da data não é aleatória; ela homenageia o nascimento de Karl Landsteiner, o imunologista austríaco que descobriu os grupos sanguíneos, uma descoberta que revolucionou a medicina e salvou incontáveis vidas desde então.

A Importância da doação de sangue

A doação de sangue é um gesto simples, mas com um impacto imensurável. Uma única doação pode salvar até três vidas, sendo essencial em situações de emergência, cirurgias complexas, tratamentos de câncer, entre outras necessidades médicas. Infelizmente, a demanda por sangue muitas vezes supera a oferta, tornando-se crucial o aumento no número de doadores voluntários.

Saiba se idosos podem doar sangue.

Uma pergunta comum que surge é se os idosos podem doar sangue. A resposta é sim, mas com algumas ressalvas. No Brasil, a legislação permite que pessoas entre 16 e 69 anos sejam doadoras, desde que cumpram alguns critérios específicos de saúde.

Idade e primeira doação: Pessoas com mais de 60 anos só podem doar se já tiverem doado sangue anteriormente. Isso é para garantir que os doadores mais velhos estejam familiarizados com o processo e não apresentem riscos adicionais.

Saúde geral: A avaliação da saúde é crucial para todos os doadores, mas especialmente para os idosos. É necessário que estejam em boas condições de saúde, sem doenças crônicas não controladas ou infecções ativas.

Avaliação médica: Antes da doação, todos os candidatos passam por uma triagem que inclui uma entrevista médica e exames básicos, como medição de pressão arterial, níveis de hemoglobina e outras condições que possam afetar a segurança do doador e do receptor.

Peso e frequência: Idosos também devem atender aos requisitos de peso mínimo (geralmente 50 kg) e observar o intervalo entre as doações (no mínimo, três meses para homens e quatro meses para mulheres).

Dicas para idosos que querem doar

Se você é um idoso e está considerando doar sangue, aqui estão algumas dicas para garantir uma experiência segura e positiva:

Consulte seu médico: Sempre consulte seu médico antes de decidir doar sangue, especialmente se tiver condições médicas preexistentes.

Hidrate-se e alimente-se bem: Beba bastante água e faça uma refeição leve antes da doação. Evite alimentos gordurosos nas horas que antecedem a doação.

Descanse: Certifique-se de que está bem descansado antes de doar sangue para evitar tonturas e fraquezas.

Informe-se: Visite um hemocentro de confiança e converse com os profissionais de saúde sobre qualquer dúvida ou preocupação.

O Dia Mundial do Doador de Sangue é uma oportunidade para refletirmos sobre a importância da doação de sangue e para agradecer àqueles que dedicam um pouco de seu tempo para salvar vidas. Independentemente da idade, se você está em boas condições de saúde, considere se tornar um doador. Seu gesto pode fazer toda a diferença na vida de alguém.

Lembre-se: doar sangue é um ato de amor ao próximo. Vamos juntos aumentar a conscientização e incentivar mais pessoas a participarem dessa corrente do bem. Juntos, podemos salvar vidas!

Atualizado em 26 de abril de 2024.

A hipertensão arterial é um dos maiores problemas de saúde em todo o planeta. Popularmente conhecida como pressão alta, afeta praticamente 1 em cada 3 adultos e de acordo com a OMS mais de 1,3 bilhões de pessoas sofrem com a condição.

Em relatório publicado em setembro de 2023, a OMS constatou um aumento de quase 100% na incidência da hipertensão entre 1990, quando 650 milhões de pessoas padeciam, até 2019, quando o impressionante número de 1,3 bilhão foi registrado.

O que é pressão alta?

A pressão pode ser considerada a velocidade com a qual nosso sangue percorre nossas artérias. Se essa pressão arterial é igual ou maior que 140/90 mmHG é caracterizado um quadro de hipertensão. Vale lembrar que pessoas que tomam remédios para controlar a pressão são consideradas hipertensas.

A hipertensão é uma doença silenciosa

A hipertensão arterial é frequentemente chamada de “assassina silenciosa” e isso é especialmente verdadeiro para os idosos. Na maioria dos casos, a hipertensão não apresenta sintomas perceptíveis até atingir estágios avançados ou causar complicações graves. Muitas vezes ela só é diagnosticada quando já está em um estágio avançado e já trouxe danos ao organismo.

A hipertensão entre os idosos

A hipertensão arterial representa um desafio significativo para a população idosa, afetando não apenas a saúde física, mas também o bem-estar emocional e a qualidade de vida.

A hipertensão é considerada o principal fator de risco para as doenças cardiovasculares, que é a principal causa de mortalidade em todas as faixas etárias. Entre os idosos o problema é ainda mais sério.

É mais comum e esperado que a pressão arterial aumente gradativamente com o avanço da idade. Algumas das razões pelas quais os idosos tendem a ter pressão arterial mais alta incluem:

Rigidez arterial

Com o envelhecimento, as artérias tendem a perder elasticidade e se tornam mais rígidas. Isso pode resultar em uma maior resistência ao fluxo sanguíneo, o que, por sua vez, pode levar a uma pressão arterial mais elevada.

Acúmulo de placas nas artérias

Com o tempo, o acúmulo de placas de gordura e outros depósitos nas paredes das artérias (aterosclerose) pode estreitar os vasos sanguíneos, aumentando a pressão arterial.

A relação com a capacidade renal

À medida que envelhecemos, a função dos rins tende a diminuir. Isso pode levar a uma menor capacidade dos rins de regular os níveis de fluidos e sais no corpo, o que pode contribuir para a hipertensão. A relação é considerada cíclica, já que a pressão alta, por sua vez, deteriora a capacidade de filtragem dos rins.

Alterações hormonais

Mudanças nos níveis hormonais que ocorrem com o envelhecimento podem afetar o sistema cardiovascular e contribuir para o aumento da pressão arterial.

Propensão genética

A pressão arterial tem uma influência significativa da carga genética. Estudos demonstraram que a hipertensão arterial tende a ocorrer em famílias, sugerindo uma predisposição genética para essa condição. Mas é importante reconhecer que a carga genética não é determinante.

Existem uma série de outros fatores, relacionados com o estilo de vida, que impactam fortemente na hipertensão. São os famosos fatores modificáveis que veremos mais para frente no post.

Os impactos da hipertensão nos idosos

A hipertensão arterial exerce um impacto significativo na população idosa, tanto em termos de saúde como de qualidade de vida. Aqui estão alguns dos principais impactos:

Complicações de saúde

A hipertensão arterial é um fator de risco importante para uma série de condições de saúde graves, incluindo doenças cardíacas, acidente vascular cerebral (AVC), insuficiência renal, problemas de visão, demência vascular e outros distúrbios vasculares. Essas complicações podem resultar em hospitalizações frequentes, incapacidade funcional e até mesmo morte.

Maior risco de eventos cardiovasculares

Os idosos hipertensos têm um risco aumentado de eventos cardiovasculares, como ataques cardíacos e AVCs. A pressão alta pode danificar os vasos sanguíneos ao longo do tempo, aumentando a probabilidade de obstruções arteriais e formação de coágulos sanguíneos, que são as principais causas desses eventos.

Impacto na qualidade de vida do idoso

A hipertensão arterial não tratada pode afetar significativamente a qualidade de vida dos idosos, causando sintomas como dores de cabeça, tonturas, fadiga e falta de ar. Além disso, as complicações associadas à pressão alta podem limitar a capacidade dos idosos de realizar atividades diárias e desfrutar de uma vida ativa e independente.

Aumento dos custos de saúde

O tratamento e a gestão da hipertensão arterial e suas complicações representam uma carga significativa para os sistemas de saúde. Os custos associados a consultas médicas, exames de diagnóstico, medicamentos e hospitalizações podem ser substanciais, especialmente para a população idosa, que muitas vezes requer cuidados de saúde mais intensivos.

Impacto emocional e social

A hipertensão arterial pode causar estresse emocional e ansiedade nos idosos, especialmente quando enfrentam complicações de saúde ou mudanças no estilo de vida necessárias para controlar a pressão arterial. Além disso, as restrições impostas pela condição podem limitar a participação em atividades sociais e recreativas, levando a sentimentos de isolamento e depressão.

Os fatores de risco modificáveis da hipertensão arterial entre os idosos

Vários fatores de risco para hipertensão arterial são modificáveis, o que significa que podem ser controlados ou gerenciados com mudanças no estilo de vida. Aqui estão alguns dos principais fatores modificáveis:

O impacto da dieta

Uma dieta rica em sódio (sal) pode aumentar a pressão arterial. Os idosos devem reduzir a ingestão de alimentos processados e salgados, e optar por alimentos frescos e naturais, com baixo teor de sal. Além disso, uma dieta rica em frutas, vegetais e grãos integrais pode ajudar a controlar a pressão arterial.

Atividade física

A falta de atividade física regular está associada a um maior risco de hipertensão arterial. Os idosos devem buscar praticar exercícios físicos moderados, como caminhadas, natação, ciclismo ou ioga, pelo menos 30 minutos por dia na maioria dos dias da semana.

Peso corporal

O excesso de peso e a obesidade são fatores de risco importantes para a hipertensão arterial. Perder peso pode ajudar a reduzir a pressão arterial em muitos casos. Os idosos devem procurar manter um peso corporal saudável por meio de uma combinação de dieta saudável e exercícios físicos regulares.

Consumo de álcool

O consumo excessivo de álcool pode aumentar a pressão arterial. Os idosos devem limitar a ingestão de álcool de acordo com as recomendações médicas, que geralmente sugerem não mais do que uma bebida alcoólica por dia para as mulheres e até duas para os homens.

Tabagismo

O tabagismo está associado a um maior risco de hipertensão arterial e complicações cardiovasculares. Parar de fumar pode ajudar a reduzir a pressão arterial e melhorar a saúde geral do coração e dos vasos sanguíneos.

Gerenciamento do estresse

O estresse crônico pode contribuir para o aumento da pressão arterial. Os idosos devem procurar maneiras saudáveis de gerenciar o estresse, como meditação, técnicas de relaxamento, hobbies relaxantes ou atividades sociais gratificantes.

Convivendo com a pressão alta na terceira idade

A hipertensão arterial não tem cura, mas pode ser controlada em qualquer idade. Como visto acima, gerenciar os fatores de risco modificáveis são fundamentais para o controle, mas existem outros pontos muito importantes

Consultas médicas regulares

Os idosos devem realizar consultas médicas regulares para monitorar sua pressão arterial e ajustar o tratamento conforme necessário. Essas consultas também oferecem a oportunidade de discutir quaisquer preocupações ou sintomas com o médico.

Adesão ao tratamento

É importante que os idosos sigam cuidadosamente as orientações médicas em relação aos medicamentos prescritos para controlar a pressão arterial. Isso inclui tomar os medicamentos conforme indicado e não interromper o tratamento sem consultar o médico.

Embora seja comum que os idosos apresentem pressão arterial mais alta, isso não significa que a hipertensão arterial seja uma parte inevitável do envelhecimento.

É essencial que os idosos monitorem regularmente sua pressão arterial, adotem um estilo de vida saudável e sigam as orientações médicas para prevenir e controlar a hipertensão, reduzindo assim o risco de complicações cardiovasculares graves.

Atualizado em 14 de março de 2024.

A incontinência urinária é um problema de saúde que afeta mais de 420 milhões de pessoas em todo o mundo, e é especialmente prevalente na terceira idade. É estimado que cerca de 12 milhões de brasileiros sofrem com a condição e que dentre eles, 68% são mulheres.

Embora possa ser uma condição desconfortável e embaraçosa, é importante entender que a incontinência urinária não é uma parte inevitável do envelhecimento e que existem maneiras de gerenciá-la e até mesmo tratá-la.

Neste post, vamos explorar o que é a incontinência urinária, suas causas, os tipos mais comuns e estratégias para lidar com esse desafio na terceira idade.

O que é Incontinência Urinária?

A incontinência urinária é definida como a perda involuntária de urina. Pode variar de pequenos escapes de urina a perdas mais significativas que podem ocorrer com frequência. Pode ser temporária ou crônica e pode ter um impacto significativo na qualidade de vida de quem a experimenta.

A condição afeta negativamente na qualidade de vida, com impactos na autoestima, na segurança para sair de casa e na vida sexual.

Causas da Incontinência Urinária na terceira idade e fatores de risco

Existem várias causas potenciais para a incontinência urinária na terceira idade, veja abaixo:

  • Fraqueza muscular: Com o envelhecimento, os músculos do assoalho pélvico tendem a enfraquecer, o que pode levar à incontinência urinária.
  • Alterações hormonais: As mudanças nos níveis hormonais, especialmente em mulheres durante e após a menopausa, podem contribuir para a incontinência urinária.
  • Condições de saúde: Certas condições de saúde, como diabetes, obesidade, infecções do trato urinário e problemas neurológicos, podem aumentar o risco de incontinência urinária.
  • Medicamentos: Alguns medicamentos podem afetar a função da bexiga e aumentar o risco de incontinência urinária.
  • Comportamental: Hábitos nocivos como o tabagismo.
  • Problemas de mobilidade: Dificuldades de mobilidade devido a problemas como artrite ou doenças neurológicas podem tornar mais difícil para uma pessoa chegar ao banheiro a tempo.

Tipos de Incontinência Urinária

Existem vários tipos diferentes de incontinência urinária, incluindo:

  • Incontinência de esforço: É o tipo mais comum de incontinência urinária na terceira idade e ocorre quando há pressão repentina sobre a bexiga, como ao tossir, espirrar, rir ou levantar objetos pesados.
  • Incontinência de urgência: Também conhecida como bexiga hiperativa, ocorre quando há uma forte necessidade de urinar seguida por uma perda involuntária de urina.
  • Incontinência mista: É uma combinação de incontinência de esforço e incontinência de urgência.
  • Incontinência funcional: Este tipo de incontinência ocorre devido a problemas físicos ou cognitivos que dificultam a pessoa chegar ao banheiro a tempo.

Estratégias e tratamentos da Incontinência Urinária

Felizmente, existem várias estratégias de gerenciamento e tratamento disponíveis para ajudar as pessoas a lidar com a incontinência urinária na terceira idade, vamos ver as principais:

  • Exercícios do assoalho pélvico: Exercícios regulares para fortalecer os músculos do assoalho pélvico podem ajudar a melhorar o controle da bexiga.
  • Modificações no estilo de vida: Fazer ajustes no estilo de vida, como evitar alimentos e bebidas que irritam a bexiga, manter um peso saudável e praticar técnicas de controle da bexiga, pode ajudar a reduzir os sintomas.
  • Medicamentos: Em alguns casos, o médico pode prescrever medicamentos para ajudar a controlar a incontinência urinária, especialmente em casos de incontinência de urgência.
  • Dispositivos médicos: Certos dispositivos médicos, como cateteres ou protetores absorventes, podem ser úteis para gerenciar a incontinência urinária.
  • Cirurgia: Em casos graves e persistentes de incontinência urinária, a cirurgia pode ser uma opção para corrigir problemas estruturais que estão contribuindo para a condição.

A conduta de ouro é a fisioterapia pélvica que consiste no fortalecimento da musculatura do assoalho pélvico, responsável pela sustentação dos órgãos pélvicos. A fisioterapia tem como objetivo melhorar o controle motor, a qualidade das estruturas, recuperando a continência. Isso se dá por meio de técnicas que promovem o autoconhecimento, a conscientização perineal e o fortalecimento muscular.

O desafio da fralda geriátrica

Para muitos idosos, especialmente aqueles que lidam com incontinência urinária, a fralda geriátrica é uma solução prática para ajudar a gerenciar os desafios diários. No entanto, embora esses produtos possam fornecer conforto e conveniência, há uma série de desafios únicos que os idosos enfrentam ao usar fraldas geriátricas

Conforto e estigma

Usar fraldas geriátricas pode ser desconfortável, tanto física quanto emocionalmente. O ajuste inadequado, o material irritante e a sensação de estar preso em uma fralda podem causar desconforto significativo. Além disso, o estigma associado ao uso de fraldas para adultos pode levar a sentimentos de vergonha e constrangimento.

Vazamentos e irritações na pele

Os vazamentos são uma preocupação comum ao usar fraldas geriátricas, especialmente durante a noite ou em situações em que não é possível trocar a fralda imediatamente. Além disso, o contato prolongado da pele com a urina e as fezes pode levar a irritações e infecções cutâneas, como dermatite das fraldas.

Limitações na mobilidade e autonomia

Para alguns idosos, o uso de fraldas geriátricas pode limitar a sua capacidade de se movimentar livremente e realizar atividades cotidianas. A preocupação constante com vazamentos pode fazer com que evitem sair de casa ou participar de atividades sociais, o que pode levar ao isolamento e à perda de autonomia.

Custo financeiro

O custo das fraldas geriátricas pode ser significativo, especialmente para aqueles com recursos financeiros limitados ou que dependem de aposentadorias fixas. Isso pode criar um fardo financeiro adicional para os idosos e suas famílias, especialmente quando combinado com outros custos associados ao envelhecimento, como despesas médicas e medicamentos. Entretanto, é possível obter fraldas geriátricas pelo Programa Farmácia Popular do Brasil (PFPB) do SUS, para tal o paciente deverá ter idade igual ou superior a 60 anos ou ser pessoa portadora de deficiência, e deverá apresentar prescrição, laudo ou atestado médico que indique a necessidade do uso.

A incontinência urinária na terceira idade pode ser um desafio, mas não é necessariamente uma sentença definitiva. Com o diagnóstico adequado e um plano de tratamento personalizado, muitas pessoas podem encontrar alívio significativo dos sintomas e melhorar sua qualidade de vida.

Se você ou um ente querido está enfrentando incontinência urinária, é importante procurar orientação médica para explorar as opções de tratamento disponíveis e encontrar a melhor abordagem. Lembre-se, você não está sozinho, e há ajuda disponível para lidar com esse desafio comum na terceira idade.

Atualizado em 20 de fevereiro de 2024.

Multifacetada e muitas vezes de difícil diagnóstico e tratamento, a dor crônica é extremamente desafiadora para as pessoas que sofrem com essa condição. O desafio é também compartilhado com os profissionais da saúde, que além de tratar a dor física, devem estar muito atentos aos aspectos psicológicos associados a meses, anos e até mesmo de uma vida de convívio com a dor.O que é a dor crônica? Diferente da dor aguda, que tem causas bem definidas para ocorrer, como um osso quebrado, um órgão inflamado ou um dente com cárie, a dor crônica apresenta-se muito mais complexa. É estimado que cerca de 30% da população mundial é afetada pela condição.

Em uma explicação direta e simples, a dor crônica é uma dor persistente ou recorrente com duração superior a 3 meses.

Foco de intenso estudo, a dor crônica passou por uma vasta revisão por parte da Organização Mundial de Saúde em 2022. A revisão aconteceu para melhor refletir a realidade dos pacientes e mesmo assim, algumas condições como a fibromialgia, desafiam a classificação atual.

Abaixo a classificação da dor crônica de acordo com a revisão de 2022 da Classificação Institucional de Doenças (CID-11). A grande inovação é a possibilidade da dor ter múltiplos parentescos, sendo classificada em mais de um tipo ao mesmo tempo.

Dor primária crônica

Dor em 1 ou mais regiões do corpo que é recorrente ou persistente por mais de 3 meses. A dor causa sofrimento emocional significativo e interfere nas atividades cotidianas e na vida social. É uma classificação nova que abrange condições onde não pode ser definido um motivo causal como justificativa.

Nesta classificação estão a fibromialgia, dor nas costas não identificadas como musculoesqueléticas ou neuropáticas, síndrome do intestino irritável e dor generalizada crônica.

Dor crônica do câncer

Outra nova classificação na CID-11 é a dor oncológica, que inclui a dor causada pelo tumor e metástases e, também, a dor proveniente do tratamento, como quimioterapia e radioterapia.

Dor neuropática crônica

É a dor proveniente de uma lesão ou doença do sistema nervoso causadas, como por exemplo um AVC, um traumatismo nervoso ou neuropatia diabética. Compressões da medula espinhal estão nesta categoria.

Dor pós-cirúrgica e pós-traumática crônica

É a dor que persiste mesmo após o tempo de cicatrização normal após uma cirurgia. É uma definição que ocorre por exclusão, tendo-se em mente que outras fontes de dor foram excluídas. É uma dor crônica causada pelo processo cirúrgico.

Dor de cabeça crônica e dor orofacial

São as terríveis dores de cabeça, face, pescoço, boca ou mandíbula. São divididas em 2 grupos. Idiopáticas, quando são a doença em si e sintomáticas, quando são reflexo de outra condição.

Dor visceral crônica

Dor originada nos órgãos internos da cabeça, cavidade torácica, abdominal ou pélvica.

Dor musculoesquelética crônica

Aqui ficam as dores causadas por doenças nos ossos, articulações, músculos, tendões, ligamentos, bursas ou uma combinação destes.

Não é o nosso intuito entrar em detalhes sobre os diversos tipos de dores crônicas. A ideia até aqui é mostrar que a dor é algo que está em estudo pela comunidade científica, que tenta desvendar seus mistérios.

Nosso intuito é mais humano e menos técnico.

Os desafios da Fibromialgia

De acordo com a Sociedade Brasileira de Estudos para a Dor (SBED), em estudo realizado em 2022, cerca de 3% da população brasileira sofre com a condição, muitas vezes incapacitante, que causa dor generalizada pelo corpo.

Considerada uma doença invisível, a Fibromialgia apresenta-se desafiadora e multifacetada. Começando pelo diagnóstico unicamente clínico, passando por estigmas sociais que rotulam a doença como meramente psicológica, a condição leva o conhecimento científico ao limite e suas causas ainda precisam ser elucidadas.

Além da dor musculoesquelética, a Fibromialgia geralmente é acompanhada de falta de sono, cansaço, distúrbios do humor, geralmente associada à ansiedade e a depressão.

Os aspectos da dor crônica

Só entende quem convive. Isso é uma máxima sobre a dor crônica. Apesar de pessoas de todas as idades estarem suscetíveis, as mulheres com mais de 65 estão mais propensas.

Antes de tudo é importante ressaltar que cada pessoa interpreta e experimenta a dor de maneira individual. Mesmo entre pessoas diagnosticadas com a mesma condição, a descrição de como é a dor varia bastante.

Apesar das incertezas sobre a dor crônica, os estudos mais recentes apontam para uma condição biopsicossocial. Isto é, tem suas causas e evolução em aspectos biológicos, psicológicos e sociais e assim sendo, devem ser abordadas de uma maneira integral e não unicamente especializada.

Mente sã, corpo são?

É importante salientar que dizer que a dor crônica tem aspectos emocionais e sociais não invalida os aspectos biológicos. Muito pelo contrário, toda dor é real e a abordagem integral é o atestado de que a ciência vê a dor crônica como algo que vai além das evidências biológicas.

A saúde mental é uma construção que tem impactos reais sobre a nossa saúde física. Cada vez mais os estudos mostram que há uma forte ligação entre a saúde mental e a percepção da dor.

“Atacando” as fontes da dor ao mesmo tempo

Cerca de 85% das pessoas com dor crônica desenvolvem um quadro depressivo. Levando em consideração os longos períodos de sofrimento comuns da dor crônica, é como se a dor tivesse se tornado parte da pessoa, comprometendo fortemente a saúde mental.

O tratamento físico biológico é apenas parte da solução.

A boa notícia é que o mesmo processo responsável por amplificar a dor crônica pode, também, amenizá-la.

A capacidade do cérebro em se transformar

O processo que o cérebro humano possui de aprender algo novo e se reprogramar chama-se neuroplasticidade e é uma das maiores descobertas da neurociência.

Resumidamente, no caso da dor crônica, nosso cérebro tem o poder de alterar ou criar novas conexões neurais, substituindo as antigas, já condicionadas e hipersensibilizadas aos estímulos da dor.

É o mesmo processo que ocorre com uma pessoa que se recupera de um AVC e tem que reaprender a falar ou andar. Seu cérebro cria novos caminhos literalmente aprendendo novamente, mas agora a partir de outro “caminho”.

Mas como manter a mente sã com dores constantes? A resposta é o tratamento integral.

Como tratar a dor crônica?

Quando a causa da dor crônica não pode ser identificada, a comunidade médica não fala em cura, mas sim em tratamento e controle. Essa é a realidade de muitas pessoas.

Nesses casos, a maioria dos médicos têm uma aproximação multidisciplinar, misturando o uso de remédios, injeções e infiltrações, fisioterapia, terapias alternativas e, em último caso, cirurgias.

Não é o foco discutirmos as opções detalhadamente, mas sim tentarmos responder, o que nós podemos fazer individualmente?

Mudanças de estilo de vida

É sabido que mudanças no estilo de vida podem afetar positivamente os sintomas de quem vive com dor crônica, que podem ser divididos em 4 pilares:

  1. Redução do Stress
    O stress tem um papel importante na dor crônica, então é importante tentar reduzi-lo o máximo que conseguir. Isso é muito pessoal, mas técnicas como meditação, mindfulness e respiração profunda podem ajudar bastante.
  2. Exercícios físicos
    A prática de exercícios físicos leves, é fundamental para manter a saúde física em dia. O controle de peso e a manutenção de tônus muscular adequado para a correta sustentação do corpo, em todas as idades, é necessária.
  3. Dieta adequada.
    Comer saudavelmente aumenta a sua saúde geral e pode diminuir a dor. Evite alimentos inflamatórios como carne vermelha e carboidratos refinados. Limite a ingestão de álcool. Acompanhamento com nutricionista é uma boa pedida.
  4. Sono adequado.Tentar dormir com dor crônica pode ser um desafio. É muito comum quadros de insônia e foi comprovado que dormir mal intensifica a dor. Pessoas que dormem melhor e por mais tempo, experimentam sintomas mais brandos.

A terapia cognitiva comportamental e a dor crônica

A psicoterapia pode reduzir a dor crônica agindo na neuroplasticidade do cérebro.

Uma pesquisa publicada em 2021 por Yoni Ashar em parceria com Alan Gordon e Howard Schubiner, mostrou que 66% dos pacientes que receberam tratamento baseado em terapia, reeducação corporal, educação em dor e em exercícios específicos de reprogramação cerebral usando conceitos da neuroplasticidade relataram estarem livres de dor ou muito diminuída ao fim de um mês.

Entender os aspectos emocionais pode fazer toda a diferença no tratamento e no aprendizado de conviver com a dor crônica.

Outro consenso é nunca se entregar à dor, sempre desafiando, na medida do possível, a realidade negativa do convívio com a dor. Aprender sobre a dor e os mecanismos de como ela é ativada é um processo individual de busca e auto conhecimento, mas necessário no tratamento, e por que não, cura de uma condição que desafia o conhecimento científico.

Atualizado em 14 de novembro de 2023.

Novembro Azul é uma campanha mundial que promove conscientização sobre cuidados com a saúde masculina, com foco direto no diagnóstico precoce do câncer de próstata.

Durante todo o mês de novembro, empresas, imprensa e entidades se unem em prol da saúde masculina, com divulgação de mensagens esclarecedoras sobre o tema e um alerta para a alta incidência desta silenciosa doença.

Estatísticas

Na maioria das vezes, o tumor maligno se desenvolve em indivíduos acima dos 50 anos, sendo que mais da metade dos casos diagnosticados ocorre na faixa etária de 65 anos ou mais.

O câncer de próstata é o mais frequente entre os homens, depois do câncer de pele. Embora seja uma doença comum, por medo ou por desconhecimento muitos homens preferem não conversar sobre esse assunto.

Segundo o INCA, Instituto Nacional de Câncer, no Brasil estimam-se 71.730 novos casos de câncer de próstata por ano para o triênio 2023-2025.

O câncer de próstata

A próstata é uma glândula integrante do sistema genital masculino situado na região pélvica, na frente do reto e logo abaixo da bexiga, que envolve a parte superior da uretra, canal que liga a bexiga ao orifício externo do pênis. Sua função é produzir um líquido que compõe parte do sêmen, que nutre e protege os espermatozoides.

Uma próstata adulta saudável pesa cerca de 20 a 25 gramas e tem aproximadamente 4cm de largura, 3cm de altura e 2cm de espessura. Mas com o avançar da idade, principalmente sobre a influência do hormônio masculino, ela tende a crescer.

Esta glândula dificilmente seria notada se não fosse frequentemente acometida por tumores.

O maior perigo está na forma silenciosa que eles progridem. O desenvolvimento tende a ser lento, ao longo de anos ou até décadas, de modo que boa parte dos pacientes convive com a doença por muito tempo até notar os primeiros sintomas.

Entretanto, uma parcela dos pacientes apresenta doença agressiva com rápida progressão (metástase) e surgimento relativamente precoce. Não é possível predizer quais pacientes apresentarão doença grave através dos métodos e pesquisas disponíveis atualmente.

As células são as menores partes do corpo humano. Durante toda a vida, as células se multiplicam, substituindo as mais antigas por novas. Mas, em alguns casos, pode acontecer um crescimento descontrolado de células, formando tumores que podem ser benignos ou malignos. E a próstata é frequentemente acometida por este acontecimento.

A doença é confirmada após fazer a biópsia, que é indicada ao encontrar alguma alteração no exame de sangue (PSA) ou no toque retal.

Exame de toque retal: o médico avalia tamanho, forma e textura da próstata, introduzindo o dedo protegido por uma luva lubrificada no reto. Este exame permite palpar as partes posterior e lateral da próstata.

Exame de PSA: é um exame de sangue que mede a quantidade de uma proteína produzida pela próstata – Antígeno Prostático Específico (PSA). Níveis altos dessa proteína podem significar câncer, mas também doenças benignas da próstata.

Tais exames podem ser realizados anualmente pelo médico urologista na população com maior risco de desenvolver a doença: homens a partir dos 45 a 50 anos. Diante de uma eventual alteração em um ou ambos os exames, o paciente é submetido à biopsia de próstata por agulha. O médico patologista é o responsável pela confirmação do diagnóstico de câncer através de avaliação microscópica.

Sinais e sintomas

É comum o câncer de próstata não apresentar nenhum sintoma ou sinal por longos anos. Porém, ao apresentar, os mais comuns são:

  • Dificuldade de urinar;
  • Sangue na urina;
  • Diminuição do jato de urina;
  • Necessidade de urinar mais vezes durante o dia ou à noite.

Tratamento

O tratamento é feito por meio de uma ou de várias técnicas de tratamento, que podem ser combinadas ou não. A principal delas é a cirurgia, que pode ser aplicada junto com radioterapia e tratamento hormonal, conforme cada caso.

Quando localizado apenas na próstata, o câncer de próstata pode ser tratado com cirurgia oncológica, radioterapia e até mesmo observação vigilante, em alguns casos especiais. No caso de metástase, ou seja, se o câncer da próstata tiver se espalhado para outros órgãos, a radioterapia é utilizada junto com tratamento hormonal, além de tratamentos paliativos.

A escolha do melhor tratamento é feita individualmente, por médico especializado, caso a caso, após definir quais os riscos, benefícios e melhores resultados para cada paciente, conforme estágio da doença e condições clínicas do paciente. Todas as modalidades de tratamento são oferecidas, de forma integral e gratuita, por meio do SUS (Sistema Único de Saúde).

A cura

Segundo especialistas, o importante é o diagnóstico precoce da doença, pois quando descoberta na fase inicial, a chance de cura é superior a 90%.

Fatores de risco

Existem alguns fatores que podem aumentar as chances de um homem desenvolver câncer de próstata. São eles:

  • Idade: o risco aumenta com o avançar da idade. No Brasil, a cada dez homens diagnosticados com câncer de próstata, nove têm mais de 55 anos;
  • Histórico de câncer na família: homens cujo pai, avô ou irmão tiveram câncer de próstata antes dos 60 anos, fazem parte do grupo de risco;
  • Sobrepeso e obesidade: estudos recentes mostram maior risco de câncer de próstata em homens com peso corporal mais elevado.

Como prevenir o câncer de próstata?

Por não estar relacionado a um fator de risco modificável, não há medidas preventivas específicas para o câncer de próstata.

Porém, já está comprovado que uma dieta rica em frutas, verduras, legumes, grãos e cereais integrais, e com menos gordura, principalmente as de origem animal, ajuda a diminuir o risco de câncer, como também de outras doenças crônicas não-transmissíveis.

Nesse sentido, outros hábitos saudáveis também são recomendados, como fazer, no mínimo, 30 minutos diários de atividade física, manter o peso adequado à altura, diminuir o consumo de álcool e não fumar. Entre os fatores que mais ajudam a prevenir o câncer de próstata estão:

  • Ter uma alimentação saudável;
  • Manter o peso corporal adequado;
  • Praticar atividade física;
  • Não fumar;
  • Evitar o consumo de bebidas alcoólicas.

Outras enfermidades da próstata

Além do câncer, a próstata também pode ser acometida por doenças benignas com sintomas muito parecidos.

Hiperplasia benigna da próstata é o aumento benigno da próstata. Afeta mais da metade dos homens com idade superior a 50 anos e ocorre naturalmente com o avançar da idade.

Prostatite é uma inflamação na próstata, geralmente causada por bactérias.

Resistência masculina

O maior desafio para o diagnóstico precoce do câncer de próstata é a própria resistência por parte dos pacientes. Estudos apontam que mais de 50% dos homens na faixa dos 60 anos nunca se consultaram com um urologista. E muitos, quando o procuram, é por já estarem com os sintomas avançados.

Os motivos para este comportamento em massa podem ser vários, como desleixo com a própria saúde, procrastinação, ou simples desconhecimento. Porém, temos que ir direto ao ponto. O mais comum é que o paciente esteja desconfortável em realizar o exame de toque, parte essencial da consulta, mas que inevitavelmente causa um sentimento de invasão e constrangimento por parte do paciente.

Numa comparação ao universo feminino, seria o equivalente ao Papanicolau, um exame importante à saúde, mas que deixam as pacientes em situação desconfortável, com uma sensação de vulnerabilidade e alta exposição.

Nestes paradigmas há ainda uma questão cultural, já que crescemos ouvindo piadas e comentários acerca do exame de toque, sempre de forma pejorativa, vexatória. Situações que ajudam a criar ainda mais barreiras.

Outro ponto a ser considerado é que o tratamento do câncer de próstata causa uma temporária perda da função sexual. Mesmo sendo uma condição reversível, muitos homens preferem “ignorar” o problema para não passar por esta situação.

Por estes e tantos outros motivos que a MÃO DO AMOR apoia o NOVEMBRO AZUL. Esta campanha não é apenas um alerta para o diagnóstico precoce, mas também uma oportunidade para desmistificar crenças com relação a este tema tão importante para a nossa sociedade.

Atualizado em 6 de novembro de 2023.

Dezembro é o mês da conscientização e luta contra a AIDS, doença sexualmente transmissível que vem preocupando as autoridades quando o assunto é o contágio entre os idosos.

Nos últimos 10 anos a incidência da doença mais que dobrou entre as pessoas com mais de 60 anos. Isso se deve a vários fatores e abaixo listamos os principais.

  • Sexo na terceira idade ainda é tabu. A sexualidade dos idosos é vista com certo preconceito e o tema não é abordado da maneira ideal. Estereótipos e uma visão irreal, fazem com que a percepção de que os idosos não são sexualmente ativos, agravem a proliferação da AIDS nesse grupo.
  • O aumento da expectativa de vida e consequentemente da atividade sexual, faz com que a AIDS avance nessa faixa etária.
  • Outro ponto é a ausência de campanhas de grande escala por parte do governo para educar a população idosa, fruto do tabu citado acima. Vale lembrar que a educação sexual não era algo comum nas gerações passadas.
  • A impossibilidade de engravidar e os hábitos sexuais das pessoas com mais de 60 anos, faz com que a faixa etária use muito pouco o preservativo

O HIV, apesar de controlável, é especialmente danoso entre os idosos. A doença afeta a imunidade, que abre caminho para doenças oportunistas, que podem ser difíceis de controlar. Outro ponto é presença de doenças crônicas entre os idosos, que podem dificultar muito o tratamento da AIDS. Diante do cenário é importante que a sexualidade e a AIDS seja discutida sem medo em nossa sociedade. Os tempos estão mudando e devemos mudar também.

Atualizado em 6 de novembro de 2023.

Janeiro é um mês dedicado à saúde mental e foi escolhido justamente por ser um momento onde as pessoas refletem sobre como foi o ano que terminou e como será o ano que se inicia. Muitos planos são feitos, mas a verdade é que deixamos de lado um importante aspecto: como anda a nossa saúde mental?

Um breve recorte da população idosa no Brasil

De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada em 22/07/2022, pessoas com mais de 60 anos representam 14,7% de toda a população residente em nosso país. Em 2012 o grupo etário era de 22,3 milhões, em 2021, já somava 31,2 milhões de brasileiros. Um aumento de quase 40%.

O fato desperta cada vez mais a atenção das entidades governamentais, com políticas públicas que começam a ser pensadas de olho no futuro. Em 2030 teremos a 5ª maior população idosa do planeta. Um aumento muito significativo, que nos faz pensar além dos números.

Qual a qualidade deste envelhecimento? Como está a saúde mental dos idosos hoje? E o que podemos fazer agora para garantir uma qualidade de vida superior ao envelhecermos?

Os transtornos psiquiátricos que mais afetam os idosos

Com a mudança do perfil demográfico transicionando para uma população mais idosa, é de se esperar que as doenças crônicas, assim como o declínio sensorial físico e mental também aumentem. 

A Organização Mundial da Saúde (OMS), aponta que cerca de 20% das pessoas com mais de 60 anos apresentam algum transtorno mental ou emocional.

Entre os idosos, os maiores problemas de saúde mental podem ser agrupados em: demências, esquizofrenia, síndrome do pânico, transtorno de ansiedade, bipolaridade e depressão.

Não é a ideia inicial do post entrar em detalhes sobre cada um dos problemas. A ideia é entendermos que quase metade das demências e quase todos os transtornos psiquiátricos, como a depressão e a ansiedade, têm causas modificáveis. Ou seja, podem ser prevenidos.

As exceções ficam por conta da esquizofrenia e da doença de Alzheimer. Com vários fatores que causam alterações nos neurotransmissores e nos neurônios cerebrais, as patologias desafiam os limites do conhecimento médico. Apesar de fatores ambientais fazerem parte das condições e por consequência, o fator saúde mental, é incerto o peso em face da predisposição genética.

A demência, os transtornos mentais entre os idosos e o que podemos mudar

Os dados apontam que, no Brasil, 48% dos casos de demência podem ser atribuídos a 12 fatores de risco que são modificáveis. Esses fatores estão sob o controle direto ou indireto e se evitados, diminuirão muito as chances de desenvolvermos algum tipo de demência.

Os 12 fatores de risco modificáveis

Vale lembrar que alguns dos fatores fogem da capacidade individual, sejam eles devido às diferenças sociais, políticas públicas ou à mistura deles. Mas mesmo assim, os indivíduos têm um grande impacto e potencial para reduzir os riscos de demência.

Veja a lista dos 12 fatores modificáveis, de acordo com a Lancet Commission on dementia, prevention, intervention and care. A The Lancet é a revista médica mais influente do mundo, seus artigos são revisados por pares e comissões formadas por médicos de todo o mundo.

  1. Mantenha a sua pressão sistólica abaixo de 130 mm Hg a partir dos 40 anos de idade.
  2. Use e encoraje o uso de aparelhos auditivos já nos primeiros indícios de perda auditiva. Previna danos aos ouvidos oriundos de barulhos muito altos.
  3. Reduza a exposição a poluição ambiental e ao fumo passivo.
  4. Previna traumas na cabeça.
  5. Limite a ingestão de álcool. O abuso e consumo maior que 21 unidades de álcool por semana, aumentam o risco de demência.
  6. Não fume e apoie ações anti fumo. Parar de fumar diminui a chance de demência, mesmo se o vício for largado já em uma fase mais madura da vida.
  7. Alcance altos níveis de educação e conhecimento a partir da infância. Atividade mental retarda o aparecimento da demência.
  8. Evite a obesidade, sobretudo após os 40 anos.
  9. Evite diabetes.
  10. Evite ou trate a depressão.
  11. Mantenha contato e atividade social frequentes.
  12. Faça exercícios físicos regularmente.

Ainda de acordo com a publicação, nunca é tarde para mudar de hábitos, a redução na probabilidade de desenvolver demência diminui, mas as atitudes devem ser consideradas durante toda a vida, para as chances realmente serem diminuídas.

E como ficam a depressão e os outros transtornos que afetam a saúde mental?

A depressão é o transtorno mais frequente na terceira idade, ocupando o 1º lugar entre todas as faixas etárias. Se os 12 fatores de risco diminuem ou retardam as demências, o efeito deles sobre os outros transtornos mentais é ainda mais poderoso.

Extrapolando as demências, nos deparamos com o conceito de envelhecimento ativo, onde muitos outros fatores, mais focados no emocional e no social, entram em ação. Iremos fazer um post focado nesse assunto, mas o foco aqui é percebermos que a saúde mental é fruto, em boa parte, das atitudes que tomamos durante toda a vida.

A saúde mental é uma construção que começa muito antes da terceira idade

É muito importante dizer que não temos todos os fatores que determinam a saúde mental em nossas mãos.

É claro que o envelhecimento natural do organismo tem um papel importante na saúde mental de todos nós. Mas é fundamental entendermos o funcionamento da roda da vida,  percebendo que as ações que tomamos ou não hoje, terão impactos diretos em nossa saúde futura, seja ela física ou mental.

Devemos fugir dos estereótipos e preconceitos que giram em torno do envelhecimento do corpo e principalmente da mente. Envelhecimento este que é plural e que realmente não segue um padrão pré definido ou estático, atuando de formas distintas em cada organismo.

Este despertar de consciência está ao nosso alcance e pode fazer toda a diferença.

Atualizado em 6 de novembro de 2023.

Parkinson é a segunda doença neurodegenerativa mais comum no mundo, ficando atrás apenas da Doença de Alzheimer. No mundo, afeta mais de 6,3 milhões de pessoas e no nosso país, apesar de incrivelmente não possuirmos dados oficiais, estima-se que a doença atinja mais de 200 mil brasileiros. Apesar de afetar tanto homens como mulheres, é um pouco mais comum entre os homens.

Com o aumento da população idosa no Brasil e no mundo, cresce também a incidência do distúrbio que vem se apresentando desafiador para a comunidade científica.

Em todo o mundo, existem atualmente mais de 800 estudos clínicos sobre a doença e mais de 150 novos remédios em teste. Avanços sensíveis no tratamento e no diagnóstico estão ocorrendo, o que traz grande esperança de que novas descobertas tragam alívio para os portadores do mal com o avanço da ciência em direção à cura.

Como age a doença de Parkinson?

A doença de Parkinson é progressiva e tem a sua origem na morte dos neurônios da área do cérebro conhecida como substância negra, que é responsável pela produção da dopamina.

A dopamina é um importante neurotransmissor que atua em várias partes do cérebro e influencia diretamente no aprendizado, emoções, humor e no controle do sistema motor. A falta de dopamina faz com que os sinais nervosos não sejam transmitidos corretamente entre os neurônios.

Quais são os sintomas da Doença de Parkinson?

Apesar dos tremores característicos serem os primeiros que vem à mente, existem muitos outros. A doença é difícil de diagnosticar, já que o diagnóstico é clínico e os sintomas iniciais sutis e são em grande parte confundidos com características comuns ao envelhecimento. Veja os sintomas:

  • Tremores;
  • Movimentos lentos;
  • Rigidez;
  • Dores no corpo;
  • Sono agitado com movimentos excessivos;
  • Alteração na marcha;
  • Dificuldade em identificar odores;
  • Mudanças na escrita, tornando-se menor;
  • Problemas para caminhar;
  • Rosto rígido, sem emoção;
  • Tonturas e desmaios;
  • Postura curvada.

Os desafios e a importância do diagnóstico precoce

A doença é majoritariamente diagnosticada por evidências clínicas, implicando que muitas vezes o Parkinson já está relativamente em curso quando diagnosticado.

Quando ainda se fala em controle e não em cura do Parkinson, diagnosticar precocemente pode fazer toda a diferença no andamento da doença. Por isso é importante visitar um neurologista assim que um ou mais sintomas acima descritos aparecerem para uma avaliação neurológica. Exames complementares como ressonância magnética e tomografia computadorizada podem ser aliadas a exames laboratoriais em caso de dúvidas.

Médico brasileiro é responsável por pesquisa envolvendo inteligência artificial e diagnóstico precoce

Bruno Fonseca é mestre em Ciências da Saúde e Biológicas e encabeça um inovador estudo que usa e compara a base de dados públicos de milhares de eletroencefalogramas de pessoas com a Doença de Parkinson e de indivíduos sem a doença.

O estudo que utiliza inteligência artificial para identificar biomarcadores é muito promissora e foi capaz de identificar portadores de Parkinson em mais de 89% dos casos. Veja nas palavras de Bruno:

“Isso é algo importante, uma vez que esse tipo de sintoma se apresenta quando a doença já se encontra num estágio avançado. No momento, o grupo de pesquisa busca novas técnicas que possam obter uma melhora no sistema proposto, utilizando novas ferramentas matemáticas e novos modelos de IA para extrair características dos sinais”.

Como é o tratamento da Doença de Parkinson e os novos avanços da ciência

Ainda incurável, o combate à doença é focado no controle dos sintomas.

A doença é dividida em 5 estágios, onde os sintomas vão se agravando. No 5º estágio existe a dependência de auxílio 24 horas.

Existem uma gama de medicamentos que são capazes de minimizar os sintomas clínicos que aliados a fisioterapia, fonoaudiologia e apoio psicológico visam retardar a progressão e manter o parkinsoniano ativo.

Boa parte dos pacientes reage bem aos medicamentos, mas em muitos casos a eficácia vai diminuindo com o tempo.

A cirurgia de estimulação cerebral profunda

Para casos resistentes aos medicamentos, a cirurgia de estimulação cerebral profunda pode trazer grande alívio. Funcionando como um marca-passo cerebral, eletrodos estimulam áreas responsáveis pelos movimentos, diminuindo muito os sintomas motores e não motores.

A terapia genética contra o Parkinson

Ainda em fase de estudos, mas muito promissora, a terapia genética é uma das grandes esperanças para o tratamento da doença. Com uma série de pesquisas em fase final de desenvolvimento, a proposta é autorregular a produção de dopamina no cérebro. Isso poderia acabar com a necessidade de terapia com medicamentos e seria considerada a cura da Doença de Parkinson.

A nova fronteira do canabidiol

Polêmica por natureza, o uso da substância retirada da maconha é alvo de diversos estudos. Um deles é coordenado por José Alexandre Crippa, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP). O CDB possui propriedades antipsicóticas, anti compulsivas, antidepressivas e ansiolíticas.

No estudo foi relatado a melhora em todos os quesitos do Parkinson Disease Questionnaire–39 (PDQ-39), método de avaliação da qualidade de vida e de sensação de bem-estar do paciente com Parkinson.

Quando podemos esperar uma cura para o Parkinson?

Atualmente é difícil falar em cura, mas novos e melhores tratamentos estão sendo desenvolvidos e talvez a cura para a doença possa ser contada em anos e não em décadas.

Muitos progressos estão sendo feitos e novos tratamentos que têm o potencial de desacelerar, parar e até mesmo reverter a doença, estão em fase de testes clínicos.

Ao mesmo tempo, uma nova geração de medicamentos que tratam os sintomas como a discinesia (os tremores involuntários) e as alucinações prometem melhorar a qualidade de vida das pessoas com Parkinson.

Então mesmo que a cura esteja a uma década de distância, podemos ter certeza que até lá, a vida do parkinsoniano será mais tranquila e saudável.