Outubro Rosa e o câncer de mama nos idosos
O Outubro Rosa é um movimento popular mundial que simboliza a luta contra o câncer de mama. O objetivo é mobilizar a população, empresas e entidades sobre a importância do diagnóstico precoce.
A campanha, também visa disseminar dados preventivos, ressaltar a importância de olhar com atenção para a saúde, além de lutar por direitos como o atendimento médico e o suporte emocional, garantindo um tratamento de qualidade.
Durante o mês, diversas instituições abordam o tema para encorajar mulheres a realizarem seus exames e muitas até os disponibilizam. Iniciativas como essa são fundamentais para a prevenção, visto que nos estágios iniciais, a doença é assintomática.
O câncer de mama
O câncer de mama é um grupo heterogêneo de doenças, com comportamentos distintos. A heterogeneidade deste câncer pode ser observada pelas variadas manifestações clínicas e morfológicas, diferentes assinaturas genéticas e consequentes diferenças nas respostas terapêuticas.
O espectro de anormalidades proliferativas nos lóbulos e ductos da mama inclui hiperplasia, hiperplasia atípica, carcinoma in situ e carcinoma invasivo. Dentre esses últimos, o carcinoma ductal infiltrante é o tipo histológico mais comum e compreende entre 80 e 90% do total de casos.
Os principais sintomas do câncer de mama são
- Aparecimento de nódulo, geralmente indolor, duro e irregular, mas há tumores que são de consistência branda, globosos e bem definidos;
- Edema cutâneo semelhante à casca de laranja;
- Retração cutânea;
- Dor na região;
- Inversão do mamilo, hiperemia, descamação ou ulceração do mamilo;
- Secreção papilar, especialmente quando é unilateral e espontânea. A secreção associada ao câncer geralmente é transparente, podendo ser rosada ou avermelhada devido à presença de glóbulos vermelhos;
- Podem surgir linfonodos palpáveis na axila.
Os números no Brasil e no mundo
Segundo o INCA, Instituto Nacional do Câncer, o câncer de mama é o mais incidente em mulheres no mundo, com aproximadamente 2,3 milhões de casos novos estimados em 2020, o que representa 24,5% dos casos novos por câncer em mulheres.
É também a causa mais frequente de morte por câncer nessa população, com 684.996 óbitos estimados para esse ano (15,5% dos óbitos por câncer em mulheres).
No Brasil, o câncer de mama é também o tipo mais incidente em mulheres de todas as regiões. As taxas são mais elevadas nas regiões mais desenvolvidas (Sul e Sudeste) e a menor é observada na região Norte.
Neste ano de 2023, estima-se que ocorrerão 73.610 casos novos da doença, o que equivale a uma taxa de incidência de 41,89 casos por 100.000 mulheres. A incidência do câncer de mama tende a crescer progressivamente a partir dos 50 anos, assim como a mortalidade por essa neoplasia.
O câncer de mama é a primeira causa de morte por câncer em mulheres no Brasil.
O câncer de mama em mulheres idosas
O risco de câncer de mama é proporcional à idade, e com o aumento da expectativa de vida, aumenta também a incidência de casos em pessoas idosas.
O alerta maior é com relação ao número de óbitos, em média, metade das mulheres acima dos 70 anos com câncer de mama morrem desta doença.
Outro agravante é que as mulheres idosas têm menor chance de cura que as mais jovens.
E isto ocorre principalmente por duas razões, ambas relacionadas ao descaso com a saúde: atraso no diagnóstico e omissão de tratamentos.
De modo geral, as mulheres acima de 70 anos não costumam fazer mamografia de rotina e, muitas vezes, tendem a não reportar sintomas mamários, tais como nódulos.
Isto faz com que grande parte dos tumores nesta idade sejam detectados em estágios mais avançados do que em mulheres mais jovens.
O tratamento deve seguir os mesmos preceitos para todas as idades, exceto obviamente em situações de impossibilidade clínica.
Em mulheres idosas, deve ser precedido de avaliação geriátrica ampla e rigorosa que considere a condição física da paciente, a presença de morbidades, a dependência funcional, condições socioeconômicas, emocionais, cognitivas e a expectativa de vida para os próximos cinco anos.
As cirurgias conservadoras da mama são sempre preferenciais. Nos casos de mastectomia a reconstrução pode ser discutida.
A radioterapia apresenta poucos efeitos colaterais e reduz consideravelmente o risco de um novo câncer na mesma mama. As chances de cura não se alteram com este tratamento, que pode ser dispensado em pessoas com mobilidade reduzida e tumores de bom prognóstico.
O tratamento com medicamentos é mais complexo. As pessoas idosas têm maior risco de problemas cardíacos e na medula óssea, onde são produzidos glóbulos vermelhos e brancos. Sendo assim, a quimioterapia é bastante discutida, pois os efeitos colaterais podem ser graves.
Já o bloqueio hormonal e as terapias alvo são geralmente bem toleradas e usadas rotineiramente.
De modo geral o tratamento do câncer de mama na mulher idosa deve seguir as mesmas diretrizes usadas na população geral. Obviamente, quando existirem limitações clínicas, é necessário fazer adaptações e diminuição das terapias.
Informações gerais
O câncer de mama pode ser encontrado através do autoexame (apalpar os seios e mamilos), mamografia e ultrassom de mamas.
Os sinais e sintomas estão diretamente relacionados a doenças benignas da mama, então é necessário procurar auxílio médico para melhor identificar.
O Ministério da Saúde recomenda que, entre os 50 e 69 anos de idade a mamografia seja feita a cada dois anos. No entanto, para mulheres que apresentam alto risco de desenvolver câncer de mama, como histórico familiar e alterações de genes, é aconselhável acompanhamento médico e recomendações individuais.
O INCA afirma que a prevenção total não é possível em função da multiplicidade dos fatores da doença e o fato de alguns não serem modificáveis.
A prevenção baseia-se no controle dos fatores de risco e na estimulação de fatores preventivos – alimentação, nutrição e atividade física – que são responsáveis por reduzir em até 28% o risco de desenvolver a doença.
O controle de peso e prevenção de obesidade, além da redução no consumo de bebidas alcoólicas são recomendações básicas para prevenir o câncer de mama.
A terapia de reposição hormonal (TRH), quando estritamente necessária, deve ser feita sob rigoroso controle médico e pelo mínimo de tempo necessário.
Câncer de mama em homens idosos
É raro, mas os homens também podem ser acometidos pelo câncer de mama.
Apesar de representar menos de 1% dos casos de câncer no sexo masculino, o surgimento da doença geralmente ocorre em homens entre 60-70 anos.
Por não ser uma situação usual, geralmente é identificado quando os sintomas já estão evoluídos.
O principal sintoma observado em homens é a presença de nódulo duro e indolor atrás da aréola em uma das mamas.
A campanha Outubro Rosa deste ano (2021) está intensificando o alerta para a prevenção do câncer de mama também em homens.
Deixamos aqui o alerta, independentemente de serem homens ou mulheres, toda a população acima dos 40 anos deve fazer o autoexame constantemente e ficar atentos aos sintomas e sinais.
Na presença de qualquer dúvida ou irregularidade, não hesite em procurar um médico.
Fontes:
- www.inca.gov.br
- www.rmmg.org
- blogdagigi.com.br
- www.cancerdemamabrasil.com.br
- www.spdm.org.br
- www.outubrorosa.org.br
Leia também:
Deixe uma resposta
Quer compartilhar sua opinião?Envie aqui seu comentário!